Os agricultores de Mato Grosso estão preocupados com a colheita do milho desta safra, conforme pesquisa do Circuito Tecnológico Etapa Milho, que entrevistou mais de 200 pessoas e parceiros durante a expedição que percorreu as quatro regiões do estado de Mato Grosso de 24 a 28 de abril.
A comercialização ainda está baixa nesta safra. No último boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os dados apontavam 43% da safra de milho comercializados. No mesmo período na safra passada, este percentual era de 82%.
De acordo com o gestor técnico do Imea, Ângelo Luís Ozelame, o momento é delicado porque o produtor vem de um cenário de bom preço físico e, no mercado a termo, preço relativamente ruim. “Isso fez com que ele não fizesse a comercialização com uma expectativa de que o preço fosse melhorar. Aliado a isso, a situação da última safra colaborou para o ‘pé no freio’, pois houve alta comercialização e baixa produção, com wash out nos contratos”, explica.
Ozelame reforça que é essencial que o agricultor saiba o seu custo de produção para comercializar na melhor hora. “Se o preço está dando lucratividade, é importante fazer (a comercialização) de parte da safra para que consiga se proteger de possíveis quedas, como ocorreu no último ano”, afirma.
No Circuito Tecnológico Etapa Milho, é aplicado um questionário para coletar dados qualitativos e quantitativos e uma avaliação de campo para verificar a safra de milho. “Depois disso, há a tabulação, em parceria com o Imea, e estes números retornam para o produtor como informação individual, um relatório com dados gerais do estado e ações pontuais para solução de problemas”, explica a gerente de Pesquisa e Gestão de Propriedades da Aprosoja, Cristiane Sassagima.
A tabulação dos dados será feita pelo Imea e finalizada em maio. O Circuito é uma realização da Aprosoja e da Embrapa, com apoio do Imea e patrocínio da UPL e Syngenta.