Nesta quarta-feira (25) termina a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e será anunciado um novo corte da Selic (os juros básicos da economia). A expectativa entre a maior parte dos economistas é de que a taxa, atualmente em 8,25% ao ano, caia mais 0,75 ponto porcentual, para 7,50% ao ano.
Este será o nono corte consecutivo de juros promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) – colegiado formado pelos dirigentes do BC que se reúne a cada 45 dias. O porcentual de 7,50% será o mais baixo em mais de quatro anos, desde abril de 2013, ainda no governo de Dilma Rousseff, quando estava no mesmo patamar.
De um total de 78 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 76 esperam corte de 0,75 ponto porcentual da Selic. Apenas uma casa projeta corte de 1,00 ponto e outra estima redução de 0,50 ponto.
O corte de 0,75 ponto porcentual, no entanto, representará uma diminuição no ritmo de baixa de juros no Brasil. Nos quatro encontros anteriores, o BC aplicou uma redução de 1 ponto porcentual. "A aposta de corte de 0,75 ponto ocorre muito em função da sinalização que o BC tem dado, mas há fundamento por trás disso", afirma o economista-sênior do Haitong Banco de Investimento do Brasil, Flávio Serrano. "Já temos um ano de ciclo e a Selic já andou bastante. Portanto, já está na hora de o BC começar a parar." A leitura é de que, com as baixas sucessivas da taxa, o espaço para mais cortes, sem que a inflação seja afetada nos próximos anos, diminuiu.
Este tem sido o entendimento do próprio Copom, que no encontro de setembro já havia informado a intenção de começar a pisar no freio em outubro. Tecnicamente, o colegiado vem dizendo que levará em conta, para sua decisão de juros, os dados mais recentes de inflação e de atividade, além das estimativas sobre a extensão do ciclo de baixa e dos riscos para o cenário – entre eles, o andamento das reformas no Congresso.
No governo Dilma, entre outubro de 2012 e abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano – o menor nível da história até o momento.