Mesmo após a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) ter solicitado ao Tribunal de Justiça para que João Arcanjo Ribeiro não retornasse para Mato Grosso, ele está de "volta para casa". Uma das alegações para a permanência dele fora do estado, teria sido a influência do ex-bicheiro no comando do crime organizado na região.
Arcanjo desembarcou no Aeroporto de Várzea Grande na noite desta quinta-feira (14), por volta das 22h e foi encaminhado direto para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
Um ofício sigiloso foi encaminhado pela Sesp ao Tribunal de Justiça informando os riscos que Arcanjo representava ao sistema prisional de Mato Grosso. O desembargador e relator do processo, Paulo da Cunha, manteve a decisão pelo retorno do ex-bicheiro.
Em sua decisão, o magistrado afirmou que não existe conteúdo inédito no ofício. Sendo assim, não vê mais providências a serem tomadas a respeito do caso.
Pedro Taques
Enquanto existe a especulação de como se sente o governador Pedro Taques com este retorno, o advogado de Arcanjo foi enfático ao afirmar que seu cliente deseja “vida longa" ao chefe do executivo.
O ex-bicheiro estava na Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró (RN) e teve o retorno determinado pelo Tribunal de Justiça. Ele está instalado na cela 1 do "raio cinco" do presídio, onde ficam os detentos considerados perigosos. Arcanjo foi preso em abril de 2003, no Uruguai, após a deflagração da Operação Arca de Noé, que investigou seus crimes no Estado. A prisão do "comendador" na época foi determinada pelo então juiz federal Julier Sebastião, com base em um pedido de Pedro Taques que na época era procurador da República.
Factorings
Segundo o advogado de Arcanjo ele não pretende retornar às atividades de factorings no estado. O interesse do ex-bicheiro é exercer atividades rurais em sua fazenda localizada em Jangada e viver uma vida mais pacata, longe de problemas.