Os brasileiros estão abrindo mão do plano de saúde por conta do aumento de preço anual das proteções nos últimos três anos que foi superior a 13,5% em cada ano, os maiores da série histórica que começa em 2000. Como comparação, a inflação oficial medida pelo IPCA acumulada em todo o período foi de 21,1%.
Segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), apesar de, em 2017, o número de beneficiários de planos de saúde ter registrado uma ligeira recuperação, o saldo desse período ainda é negativo. Desde 2015, cerca de 2,9 milhões de pessoas saíram do sistema de saúde privado.
Os brasileiros que decidiram sair do plano de saúde por não encontrarem alternativas que caibam no bolso acabam optando por usar serviços de consulta e exames e recorrem ao Sistema Público de Saúde (SUS) em caso de emergência.
Outros, que poderiam continuar a bancar a despesa, mas preferem ter um alívio no orçamento diante de preços exorbitantes. Eles aplicam o dinheiro que gastariam com o plano, confiando no SUS e que os gastos com saúde que possam vir a ter não serão tão elevados quanto o alto preço que pagavam pelo plano.
Mato Grosso
Em Cuiabá, por exemplo, a Unimed teve reajuste anual de mais de 13% no plano de saúde, mais que o dobro da inflação. O difícil também é ficar dependendo do Sistema Único de Saúde (SUS) com o caos que o serviço público enfrenta. Em Mato Grosso, alguns hospitais filantrópicos e unidades básicas de saúde estão quase 'fechando as portas' pela falta de verba, medicamentos e atendimento médico.