Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que o consumo de óleo diesel em Mato Grosso despencou 17,12% em novembro se comparado com igual mês de 2015.
Essa queda se dá pela quebra da safra 2015/2016 e o peso da carga tributária têm formado uma conjuntura extremamente negativa para os mais de 140 mil caminhoneiros que trabalham mensalmente com o transporte rodoviário de cargas em Mato Grosso.
O volume comercializado baixou de 211,904 milhões de litros para 176,609 milhões/l, entre um ano e outro. No acumulado de 11 meses até novembro, a redução é de 2,29% no Estado e de 5% no país.
“Uma queda de 2 dígitos na venda de diesel é extremamente preocupante para o varejo de combustíveis, porque revela que a crise de fato está forte no transpor-te rodoviário”, avalia Nelson Soares, diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo).
Para ele, os efeitos da queda no diesel são resultado da retração sistêmica na economia brasileira. “Já que as indústrias estão produzindo menos, e em Mato Grosso, o campo também teve quebra de safra. É natural que tenha menos caminhões para transportar cargas, o que impacta diretamente no varejo do combustíveis”.
O diretor do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Walter Joner Pereira de Souza, pondera que a queda na demanda pelo transporte rodoviário em Mato Grosso e no país tem feito com que muitos caminhoneiros abandonem a profissão. “Estamos em um momento delicado para a economia, e sem esperança para 2017. Além disso, temos uma elevada carga de imposto sobre o diesel, o que acaba tornando o produto cada vez mais caro, tendo por consequência, o aumento do custo do frete. O resultado são milhares de caminhões parados”.
Diariamente, circulam em média entre 10 mil e 12 mil caminhões em Mato Grosso. Em período de safra chegam a circular 14 mil caminhões.