O tenente-coronel José Henrique Costa Soares relatou em denúncia que teria sido chantageado pelo coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco e sua esposa Helen Christy Lesco para gravar áudios e vídeos que seriam usados para uma tentativa de desqualificar o desembargador Orlando Perri. O militar que estava atuando como escrivão do inquérito militar, descreveu todos os passos que teria que adotar, que seria orientado pela “organização criminosa”.
Em despacho, o desembargador narra que houve um sórdido e inescrupuloso plano no intuito não apenas de interferir nas investigações policiais, mas, principalmente, de macular sua reputação em todos os inquéritos instaurados para se investigar os crimes de interceptação telefônica, com o nítido propósito de afastá-lo da condução dos respectivos processos.
O militar revelou que ao assumir o cargo de escrivão foi procurado pelo advogado do coronel Lesco na Corregedoria da Polícia Militar, para que o mesmo entrasse em contato com a esposa do coronel. Na ocasião, ligou para Helen que marcou de encontrar pessoalmente.
No encontro por sua vez, o tenente coronel Soares contou que ela havia dito que a Secretaria de Segurança Pública tinha posse de interceptações e vídeos dos quais revelam sua dependência química, e mencionou que haveria outras situações supostamente criminosas, das quais o ex secretário da Casa Civil Paulo Taques tinha conhecimento, já que teria sido advogado de Soares e sabia de sua dependência. Sendo assim, pediu que ele fizesse o que eles desejavam, senão entregariam todos os seus problemas para Corregedoria da PM.
Ainda narrou que teve que gravar conversas com desembargador a pedido de Helen. Então, aproveitou a oportunidade para gravar a reunião em áudio, atendendo as exigências que lhe foram feitas.
A PJC cumpriu na manhã desta quarta-feira (27), oito mandados de prisão na operação Esdras. Todos são acusados de tentar atrapalhar as investigações. Além disso, 15 mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva.