Conheça a história de uma marca brasileira de moda feminina, a Iódice que pode ser chamado empreendedorismo de berço.
A história de sucesso da família começou com Valdemar Iódice, que lançou a marca em 1987 inspirado pela mãe, pois a observava cortando e transformando roupas. Mais tarde o trabalho de Valemar despertaria o interesse do filho Alexandre Iódice que ajudaria, junto com seus irmãos e a mãe, a consolidar ainda mais a grife de moda feminina.
Em entrevista ao canal Empreendedorismo, Alexandre Iódice, ele conta que seu pai é o fundador da Iódice, um sonho dele. Ele começou comprando tecido, costurando, entregando, vendendo, ou seja, todo o processo de uma empresa que a gente conhece ele mesmo que fazia. Ele vendia para lojas multimarcas. Em um determinado momento, trouxe a esposa para trabalhar no departamento de estilo. Hoje a empresa tem pessoas que fazem esse trabalho.
O que seu pai representa para você?
Nós temos uma família muito unida. Eu, meus irmãos, meu pai e minha mãe, vivemos esse ambiente familiar de forma muita prazerosa. Eu aprendo muito com meu pai. Comecei a trabalhar com ele e ainda trabalhamos juntos, me espelho nele. Meu pai é um exemplo de empreendedorismo, de pessoa que corre atrás de seus objetivos. É um orgulho ser filho dele.
Quais características que seu pai tem nos negócios e que você absorveu?
Ele é uma pessoa incansável. Eu olho para ele em alguns momentos e não acredito como ele consegue tocar um projeto com tamanha energia. Além disso, tem a visão de mercado e de olhar para a necessidade do consumidor. Eu tenho um pouco disso também.
Sua primeira oportunidade de trabalho foi na Iódice? O que você fazia?
Comecei aos 12 anos, na Iódice. Eu fazia de tudo. Trabalhei na expedição, na entrega, no estilo. Meu pai tinha pulso firme comigo, ele dizia, por exemplo, que dentro da empresa as coisas seriam diferentes do que em casa, que tinha que ter postura.
Seu pai o vê como um espelho para dar andamento no sucesso da empresa?
Quando falamos de uma marca como a nossa, que é familiar, autoral, eu acho que ele vê isso sim, embora meu pai esteja ainda muito dentro do negócio, afinal tem muito do DNA dele. Hoje eu toco uma parte do departamento de estilo mais ligada à moda masculina, meu irmão lidera a área comercial e minha mãe e irmã cuidam da moda feminina.
Essa relação familiar dentro do ambiente de trabalho sempre foi saudável?
Sim, funciona muito bem porque a gente se respeita. Um não invade muito o território do outro, a gente senta, conversa e tudo vai fluindo. Não existe essa coisa de um interferir na vida do outro, tem essa independência.
Como você desenvolve as roupas?
Nós realizamos muitas pesquisas e usamos nossos pontos de vendas, que funcionam como um termômetro fantástico para sentir o consumidor.
A Iódice começou focada em malharia e moda feminina, quando mudou isso e como a empresa entrou em um patamar de destaque no mercado?
Quando começamos a investir em moda, fazer os desfiles nacionais, abrir as lojas próprias, automaticamente começamos a ampliar as linhas de produtos. Você tem que ter um portfólio, porque senão você vai para o varejo e seu negócio não anda. Então, a partir daí, você começa a agregar outros itens a marca como tecido plano, acessórios e a própria moda masculina.
Qual o planejamento da Iódice hoje?
A ideia é continuar trabalhando nos clientes multimarcas, no atacado, mas investir um pouco mais em varejo. Estamos também em processo de expansão das lojas próprias.
A Iódice é conhecida no mercado pelo cuidado com o desenvolvimento das coleções, design das peças e pela sofisticação do trabalho manual. A marca está presente em cerca de 650 das principais lojas multimarcas do país, possui 18 lojas próprias e 10 franquias.