Conforme mostra a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgada no início dessa semana, a queda no ICF (Indice de Intenção de Consumo das Famílias) em Cuiabá se mantém desde dezembro do ano passado.
O índice vem registrando quedas mês a mês, saindo de 79,4 pontos em dezembro de 2016 até chegar nos atuais 71,8 pontos em março. A queda de foi de 9,6%.
Apesar das consecutivas quedas, a variação anual ainda é positiva para a pesquisa. A Fecomércio-MT mostra que em março de 2016, o índice alcançou 62,7 pontos. O aumento observado nos últimos 13 meses do ICF foi de 14,5%, percentual que revela uma melhora considerável se a análise for referente ao mesmo período do ano passado.
Ainda assim, a pesquisa mostra nível de insatisfação dos consumidores, pois o índice abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo.
Apenas um subíndice apresentou melhora na variação geral em março
O resumo da pesquisa mostra queda em quase todos os subíndices, onde a Perspectiva de Consumo (que mede a expectativa de consumo para os próximos meses) apresentou a pior queda em relação ao mês anterior (-9%), saindo de 56,9 pontos em fevereiro e chegando a 51,8 pontos em março.
Sobre o Emprego Atual, o subíndice teve aumento de 2,3% sobre o mês anterior. Já nos últimos três meses, esse subíndice saiu de 103,1 pontos em janeiro, atingindo 108,7 pontos em fevereiro, até chegar aos 111,2 pontos em março.
Famílias com renda acima de 10 s.m estão mais otimistas
Para as famílias da capital que recebem acima de 10 salários mínimos (s.m.), os subíndices da pesquisa foram melhores. O que chama a atenção é para o patamar de satisfação do ICF, que apresentou aumento de 0,5% em relação ao mês passado e atingiu 104,8 pontos em março.
Famílias buscam quitar dívidas e depois pensam em gastar
A condição instável da economia vivenciada nos últimos anos levou a um aumento do endividamento da população e daqueles que não terão condições de quitá-las, o que acaba limitando o consumo e uma retomada da recuperação econômica em todo país.
Para Juliana Serapio, assessora econômica da CNC, mesmo com os cortes na taxa básica de juros e a liberação de saques em contas inativas do FGTS, o maior volume de dinheiro em circulação deverá ser usado, primeiramente, na quitação de dívidas e redução do endividamento. “Só então ele seguirá para o consumo”, apontou a economista.
Já o presidente da Fecomércio-MT, Hermes Martins, explica que apesar da queda no ICF dos últimos meses, as condições estão mais favoráveis em 2017 do que estavam em 2016. “Os dados da pesquisa, apesar de estar abaixo dos 100 pontos como foi observado, indicam que aos poucos a economia vai retornando o ritmo de recuperação”.