Levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que o preço do gás de cozinha em Mato Grosso já passou a custar R$ 105 no interior do estado.
O reajuste médio de 6,7% no preço do botijão de 13 quilos nas refinarias há 13 dias já está sendo repassado para o consumidor final.
O valor subiu por conta do terminal em Utinga (SP) que fechou e parte do gás de cozinha que supre a demanda estadual vinha de lá.
Os revendedores do GLP doméstico antecipam uma crise no abastecimento nas regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste do país.
Em Mato Grosso, o preço médio do botijão de 13 kg do gás atinge R$ 79,56, com variação entre o mínimo de R$ 60 e máximo de R$ 105. O valor mais alto é verificado, por exemplo, em Aripuanã, a 1,002 mil km a Noroeste de Cuiabá.
Ao pagar R$ 105 por um botijão, o consumidor mato-grossense remunerado em 1 salário mínimo (R$ 937) terá que dispor de 11,20% de sua renda mensal para custear o produto. Essa situação se mantém ao longo dos últimos 16 anos. Em 2001, um botijão de gás custava, em média, R$ 22,36 em Mato Grosso, quando o salário mínimo se mantinha em R$ 180, e que para o assalariado mínimo, 12,42% da renda mensal era consumida com a aquisição do insumo básico. “Na minha família a renda mensal é 4 vezes maior que isso, mas mesmo assim acho o gás caro, porque temos que comprar todo o mês e são muitas despesas. Paguei R$ 95 pelo botijão, há uns 10 dias”, comenta a funcionária pública Edinéia Miranda, 28.
Alguns municípios mato-grossenses das regiões Oeste, Médio-Norte e Norte enfrentam escassez de gás de cozinha.