Na última sexta-feira (24) foi apresentado em Cuiabá-MT, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) o projeto Rentabilidade no Meio Rural. O projeto realizado uma vez por ano e atualizado mensalmente consiste no levantamento do custo de produção das principais culturas agropecuárias do estado de Mato Grosso. As informações servem de base para os produtores tomarem decisões mais assertivas no campo e melhorar seu planejamento, pois relaciona informações de mercado e custos internos da produção.
Paulo Ozaki, gestor de projetos do IMEA explicou ao Mato Grosso Econômico que nos últimos três anos o agricultor de Mato Grosso passou por desafios, devido a queda de preço das commodities, principalmente na cultura do milho. “O milho é uma cultura de segunda safra com menor valor agregado. Quando o preço estava bom os produtores não tinham mais produto para vender por causa do problema da seca. Por conta da escassez financeira, grande parte dos produtores tenta aliviar a crise trocando grãos por insumos hoje em dia”, ressalta.
Disse ainda que o dólar foi um dos fatores para a queda de preço este ano quando comparado com 2016. “Com isso espera-se que a safra 2017/18 tenha uma receita menor devido aos preços internacionais, mas por outro lado há uma condição de custos menores também”, pondera.
“Em resumo a expectativa de rentabilidade para a próxima safra é que a soja tenha uma leve melhora, mas o milho deve continuar com margens apertadas. Já o algodão possui boa projeção devido ao cenário internacional”. Complementa dizendo que as culturas integradas podem ser uma boa alternativa para mitigar riscos e minimizar perdas. “Se você produz soja, milho e cria boi, quando uma atividade está em baixa outra está em alta. Isso ajuda a amenizar as perdas, otimizar o uso do solo e melhorar a produtividade e parte econômica da propriedade”, disse Ozaki.
Em números, o gestor técnico do IMEA, Ângelo Ozelame disse que na próxima safra o milho terá redução na área. “Estimamos uma queda de meio milhão de hectares na área plantada. Das 30 milhões de toneladas da última safra devemos cair a produtividade para 24 milhões de toneladas na próxima safra, devido aos fatores de mercado, climáticos e custos que tem prejudicado a rentabilidade do produtor. A soja terá mais estabilidade com uma pequena elevação de área, porém a menor da série histórica do IMEA”, ressalta.
O superintendente do IMEA, Daniel Latorraca, disse no evento, que a parceria entre o IMEA, Embrapa, Senar e Famato para este projeto iniciado em 2012 tem ajudado muito os produtores. “Em 2017 já conseguimos ver a evolução das pesquisas. Temos muitos materiais interessantes para melhorar a tomada de decisão dos produtores. Fomos para o campo entender mais as necessidades e contribuir na melhoria da produção”, destaca.