Pesquisas apontam que as mulheres representam somente 37% dos cargos de direção e gerência no país, as acumulam funções de mãe, esposa, dona de casa e profissional. Enquanto que no topo [nos comitês executivos de grandes empresas] são apenas 10%.
Conforme explica a diretora executiva do Grupo Valure, a coach e mentora de gestão Lorena Lacerda, esse quadro não é diferente em Mato Grosso. No entanto, ela observa que as mulheres estão, cada vez mais, desejando investir em suas carreiras para se sentirem realizadas profissionalmente – o que, por sua vez, representa uma luta desafiadora.
“Se você olhar no topo das organizações, os números apontam que as mulheres estão lá. Mas, com certeza, elas chegaram ali com a habilidade de fazer escolhas, bem como de saber administrar e conduzir diversas demandas de forma inteligente. Há uma procura crescente por parte das mulheres em se desenvolverem e adquirirem mais conhecimento e experiência para que possam exercer seus diversos papéis – seja em âmbito profissional quanto pessoal”, ressalta.
DESIGUALDADE DE GÊNERO – Apesar das crescentes conquistas por espaço no mercado de trabalho, dados do Fórum Econômico Mundial apontam que o Brasil desceu para a 90ª posição no ranking do Índice Global de Desigualdade de Gênero 2017, que avalia a igualdade entre homens e mulheres em 144 países. Em 2016, o Brasil ficou no 79º lugar. Vale destacar que na primeira edição da pesquisa, realizada em 2006, o Brasil estava em 67º.
Apesar do quadro, Lorena sinaliza que as mulheres estão traçando um caminho positivo em prol de romper estereótipos e preconceitos. Estão provando que é possível realizar suas metas profissionais, experimentar a alegria de fazer algo que amam, com qualidade e dedicação, bem como se sentindo completas como mulher. São gestoras competentes, assim como trabalhadoras motivadas e bastante conciliadoras, que harmonizam carreira e família.
“Elas continuam lutando por seu espaço. Apesar de enfrentarem desafios que envolvem desde conciliar a vida pessoal [em alguns casos, família e a realização de objetivos pessoais] até aqueles originados do próprio ambiente de trabalho – por vezes – masculino, elas têm lidado com isso com bastante tranquilidade. Mas, é um exercício que exige muito foco e habilidade em dizer ‘não’, bem como que requer planejamento para que se possa priorizar aquilo que é relevante”, explica.
Por outro lado, a coach e mentora de gestão complementa que as empresas que têm trazido as mulheres para operação em seus negócios retratam um ganho muito relevante com a diversidade. “Elas contribuem muito com sua sensibilidade para com o fator humano, criatividade, visão sistêmica e capacidade de realizar múltiplas tarefas. As empresas – seja em Mato Grosso ou pelo país – precisam evoluir para mais diversidade em suas operações”, aconselha.