A queda da inflação ocorrida este ano deixou os brasileiros mais animados para as compras de fim de ano e a ceia natalina. Os especialistas projetam que o ânimo no mercado deve percorrer por 2018 também, onde o Brasil possui boa expectativa de crescimento econômico.
Os produtos básicos ficaram 5,25% mais baratos – uma queda recorde. Feijão, carne e uma série de itens importantes na mesa dos brasileiros têm registrado quedas seguidas – o mês de novembro teve a sétimo queda consecutiva de preços na alimentação.
“A safra de 2017 foi muito boa, então isso contribuiu para a redução dos preços dos alimentos durante todo o ano”, explicou o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves. O IBGE informou que de 16 grupos de alimentos analisados, 13 apresentaram queda em novembro. Diante desse desempenho, os preços dos alimentos caíram, em média, 0,72% no mês passado.
“Foi uma conjuntura de aspectos que fizeram os produtos brasileiros ficarem mais em conta para o bolso do consumidor”, explicou o economista e pesquisador de macroeconomia do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) Carlos Thadeu Filho. “Preços internacionais favoráveis, ausência de estoques primários, menor variação cambial e uma demanda mais fraca do consumo fizeram com que os comerciantes baixassem os preços”, enumerou.
A dona de casa Maria José Vieira, 59, também está contente com o alívio no bolso. “Antes eu deixava muita coisa da minha lista de fora. Algumas mercadorias estavam sempre muito caras em todos os mercados em que eu pesquisava”, disse. “Hoje em dia, voltei a consumi-las. Mas, claro, sempre de acordo com o orçamento para as compras. Não dá para pegar tudo que estiver nas gôndolas, nem em épocas de preços mais acessíveis”, acrescentou.
Segundo Thadeu Filho, a projeção é de que os valores dos produtos se mantenham estáveis em 2018, acompanhando a tendência do segundo semestre deste ano. “O consumo das famílias deve subir no próximo ano, o que pode levar a uma leve alta dos preços, em torno de 1,5%”, explicou. “Mas essa percentagem está na margem do esperado”, afirmou.
Preço em queda
O IBGE informou que os itens cujas quedas mais chamaram a atenção dos pesquisadores no mês foram feijão carioca (-8,40%), ovos (-3,28%), açúcar refinado (-4,93%), farinha de mandioca (-4,78%), tomate (-4,64%), frutas (-2,09%), pão francês (-0,55%) e carnes (-0,11).
Entre os grandes grupos, a principal queda do mês foi em cereais, leguminosas e oleaginosas (-2,71%). Em segundo lugar figurou o grupo de produtos classificados como farinhas e massas e açúcar e derivados (-2,11%) e, em terceiro, as frutas (-2,09).