Por conta das eleições e os ajustes que o governo federal promete fazer nas contas públicas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimativa que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá apenas 2,6% e o PIB industrial terá expansão de 3% neste ano. Os investimentos aumentarão 4% e, o consumo das famílias, 2,8%. A taxa média de desemprego ficará em 11,8%, diz o Informe Conjunturaldo primeiro trimestre, divulgado na última quinta-feira (12).
O relatório destaca que, mesmo com o cenário externo favorável, a queda da inflação e a redução dos juros, o ritmo de recuperação da economia é moderado e o país não conseguirá recuperar, no médio prazo, as perdas causadas pela recessão. "Mesmo com o crescimento de 1% do PIB em 2017, ainda estamos com renda per capita 8,2% menor que em 2014 e a produção industrial, no início de 2018, situa-se ainda 14% abaixo do seu pico observado em 2013", afirma o Informe Conjuntural.
Na avaliação da CNI, a principal causa da fraca reação da economia é a indefinição sobre o ajuste permanente das contas públicas. Além do adiamento da reforma da Previdência, a falta de definição do quadro eleitoral é outra fonte de incertezas sobre o ajuste fiscal. "A Previdência é o principal, mas não é o único elemento de preocupação com a expansão contínua dos gastos públicos. Medidas de disciplinamento dos gastos com pessoal são igualmente indispensáveis", alerta a CNI.
O Informe Conjuntural adverte ainda que o grande desafio do Brasil é aumentar a produtividade. Isso requer, entre outras medidas, o equilíbrio fiscal, a reforma da Previdência, a reforma tributária, disponibilidade de financiamento de longo praz, redução da burocracia, segurança jurídica e modelos de regulação eficientes.