Na manhã desta quinta-feira (19) aconteceu uma manifestação em Cuiabá sobre o possível fim do programa habitacional Minha Casa Minha Vida (PMCMV). O setor da construção de Mato Grosso por meio da Associação das Construtoras e Incorporadoras de Mato Grosso – ACIMT, que representa os pequenos construtores do estado, protocolou na superintendência regional da Caixa Econômica Federal, localizada em Cuiabá-MT, o ofício nº 014/2017 relatando as dificuldades extremas que as empresas de construção estão tendo para aprovação dos financiamentos populares.
A presidente da ACIMT, Giselle Cabral ressaltou que os problemas ocorridos afetam o mercado como um todo. “Estamos há mais de 45 dias com o programa parado prejudicando não apenas as construtoras, mas todo o setor, incluindo corretores de imóveis, arquitetos, engenheiros, lojistas do setor, trabalhadores entre outros, e principalmente as famílias que esperam ansiosamente para adquirir suas moradias”, ressalta.
Desta forma, sonho da casa própria fica cada vez mais distante para os mato-grossenses. Milhares de famílias ficam apreensivas para adquirir seu imóvel, mas não conseguem. “Mesmo os compradores tendo os cadastros aprovados e feito os pagamentos das taxas relacionadas ao financiamento habitacional o processo fica parado”, completa.
Com a situação que vem ocorrendo desde o final de agosto deste ano, os empresários estão reduzindo os investimentos em novos projetos e em alguns casos estão demitindo os funcionários pela queda no fluxo de atividades, afetando este importante setor econômico, que gera milhares de empregos no país.
A presidente da ACIMT explica que a Caixa Econômica faz parte do acordo mundial da Basileia e entre os critérios existentes, há um limite da capacidade de empréstimo conforme o capital social do banco. “A cada 100,00 emprestados a Caixa precisa ter R$ 11,00 de garantia e hoje o banco já atingiu esse limite. O governo federal precisa investir para aumentar o capital social da instituição financeira. Embora nos bastidores existam rumores sobre a possível privatização da Caixa Econômica, não acredito que isso seja positivo para a sociedade, por conta do risco de programas sociais destinados à população de baixa renda, como é o caso do Programa Minha Casa Minha Vida serem afetados” alerta Giselle ao Mato Grosso Econômico.
A Caixa respondeu em nota que a contratação do crédito imobiliário em 2017 está maior que o ano passado e já emprestou mais de R$ 62 bilhões até o final de agosto. Veja abaixo na íntegra.
Nota Oficial Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica Federal esclarece que a contratação do crédito imobiliário neste ano está cerca de 20% superior em relação ao mesmo período do ano passado. A CAIXA já emprestou mais de R$ 62 bilhões até final de agosto em todas suas modalidades de crédito.
Considerando o ritmo de contratação, o banco adotou a estratégia de execução mensal do orçamento para todas linhas de crédito imobiliário com objetivo de cumprir o orçamento anual disponível até dezembro.
Quanto às modalidades de créditos que possuem orçamento segregado por UF, a CAIXA esclarece que em alguns estados o orçamento esgotou, mas poderá ser retomado no mês de novembro.
Manifestação nacional
A manifestação ocorreu nesta quinta-feira (19) simultaneamente em 13 estados brasileiros. Veja abaixo fotos do ato ocorrido em Cuiabá/MT, na avenida do CPA, em frente ao prédio da superintendência regional da Caixa Econômica Federal.
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