Dados da pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com consumidores negativados mostram que quatro em cada dez inadimplentes e ex-inadimplentes (38%) tiveram o nome sujo devido ao desemprego.
Outros motivos citados foram diminuição de renda (31%), empréstimo de nome para terceiros (17%) e salário atrasado não pago (10%). O valor médio da dívida de quem está ou esteve com o nome sujo é de 2.918,09 reais, sendo maior entre os homens (3.536,22 reais) e entre as pessoas das classes A e B (3.857,42 reais).
Os entrevistados têm ou tinham, em média, contas em atraso com 2,2 empresas, sendo que 1,9 fizeram registro do nome em listas de inadimplência, a negativação ocorreu em 86% dos casos. Além disso, 27% dos consumidores devem a três ou mais empresas diferentes e 64% ainda estão com nome sujo, sobretudo entre as classes C, D e E (68%).
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a atual conjuntura econômica faz com que a dificuldade de honrar com todos os compromissos financeiros seja maior. “O cenário de crise resulta em um grande número de desempregados e os brasileiros em geral estão com menor poder de compra devido à inflação e às altas taxas de juros”, avalia. “Com isso, o consumidor acaba tendo dificuldade para pagar as contas e fica inadimplente”.
Entre os que pagaram ou pretendem pagar a dívida, 56% acham que é o correto honrar com os compromissos financeiros, 53% não se sentem confortáveis tendo o nome sujo e 30% se preocupam com o valor da dívida depois do pagamento tardio.