Todos já sabemos que a poupança é considerada o investimento preferido dos investidores brasileiros. Mais de 100 milhões de pessoas deixam o dinheiro nesse tipo de aplicação. Resta saber se é tão rentável e seguro como acreditam os que depositam nela o dinheiro extra.
Inflação que joga contra
A inflação, em poucas palavras, significa um processo de aumento de preços. Sabe quando você vai ao mercado em dois dias seguidos e os preços já estão diferentes? É o efeito da inflação. No Brasil, o índice oficial que mede a inflação é o IPCA. “Mas o que isso tem a ver com a poupança?” Tudo! A inflação é a maior inimiga da poupança. Dependendo de como estiver o IPCA do Brasil, o rendimento da poupança pode ser tão baixo que parece que você está ganhando dinheiro, mas na verdade está perdendo. É mais ou menos assim, você guardou R$100,00 na poupança e um ano depois, você ficou com R$ 105,00, ou seja, rendeu R$ 5,00. Quando vai comprar a roupa para qual você estava guardando o dinheiro, percebe que agora ela custa R$110,00! Porque o valor da roupa foi reajustado de acordo com a inflação. A poupança teve um rendimento tão baixo que nem foi capaz de manter o seu poder de compra. Você perdeu dinheiro.
Rentabilidade e liquidez
Se a poupança pode render menos que a inflação, ela rende muito pouco. O cálculo é feito da seguinte forma:
Se a Selic (taxa de juros básica) for menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial);
Se a Selic for superior a 8,5% ao ano, ela tem rentabilidade fixa: 0,5% mais a TR.
Para você ter uma ideia, o CDI (outra taxa de juros que move o mundo financeiro) sempre acompanha o valor da taxa Selic. No Yubb, você encontra investimentos em renda fixa que são tão seguros quanto a poupança e que rendem até 150% do CDI (ou até mais)! Se a poupança rende só 70% da Selic, isso significa que a rentabilidade é muito baixa.
Vale lembrar que a TR é um valor super baixo e que não influencia em praticamente nada no rendimento da poupança.
Já que estamos falando sobre rentabilidade, é muito importante passarmos pela questão da liquidez. No caso da poupança, a liquidez é imediata. Muita gente gosta de deixar o dinheiro na poupança para conseguir resgatar esse valor a qualquer momento. Realmente, isso é uma característica muito bacana.
Se você decidir resgatar o seu dinheiro, basta transferi-lo para a sua conta corrente e pronto. Em questão de minutos ele já estará lá disponível para ser usado. Mas vale dizer que outros investimentos também oferecem uma boa liquidez.
Existem CDBs que pagam bem mais de 100% do CDI e que oferecem liquidez diária. Ou seja, você pode resgatar o seu dinheiro a qualquer momento e, no próximo dia útil, ele estará na sua conta. Claro que não é tão imediato quanto a poupança, mas é muito válido.
Na maioria dos investimentos que existem com liquidez diária, a rentabilidade também é diária. Ou seja, todos os dias você está ganhando rendimentos em cima do valor aplicado e, se tirar antes do prazo definido, ganha o correspondente para o período que ficou investido.
Na poupança, a história é outra. Existe um conceito que se chama “aniversário da poupança” e isso significa que a sua rentabilidade só chega uma vez ao mês.
Por exemplo: se você colocou R$ 1.000,00 na caderneta no dia 15 de abril, ela só vai render no dia 15 de maio. Se você resolver resgatar o dinheiro no dia 14 de maio, já era! Não vai ter rendimento nenhum.
Isso é uma desvantagem muito grande, concorda? O conceito essencial dos investimentos é sempre ganhar dinheiro com rendimentos e se você ficou 29 dias com o dinheiro aplicado e não ganhou nada, você praticamente nem investiu!
Segurança
Um dos pontos mais positivos da poupança é a segurança. Ao transferir o seu dinheiro para a poupança, o brasileiro não tem medo de perder dinheiro já que o seu investimento está garantido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Isso significa que, se a instituição financeira quebrar e você perder o dinheiro que estava na poupança, o FGC te devolve essa quantia. Sempre dentro das regras de utilização: R$ 250 mil por CPF/por grupo financeiro e sob um teto de R$ 1 milhão. Sim, você não corre o risco do banco quebrar; se tiver qualquer problema, o FGC está aí.
Mas é aí que entra a “pegadinha”: existem muitos outros investimentos em renda fixa que também são garantidos pelo FGC e que têm uma rentabilidade muito maior. Entre eles, estão os CDBs, RDBs, LCIs e LCAs. Além disso, também existem os títulos públicos do Tesouro Direto que são garantidos por ninguém mais ninguém menos do que o próprio governo federal!
Não tem como negar que a segurança da poupança é incrível. Mas, como já vimos ali em cima, sua rentabilidade é muito ruim. Se existem outros investimentos com a mesma segurança, por que não tirar seu dinheiro da poupança e aplicar em um deles?
Conclusão
Não vale investir na poupança que na realidade, nem pode ser considerada investimento.
Se você tem um dinheirinho guardado na poupança, que tal colocá-lo em outros tipos de investimentos em renda fixa?