Ela já não queria ficar ‘laranja’ então resolveu criar sua própria franquia de bronzeamento artificial em Minas Gerais.
Karol Palhares deu um nome bastante ousado para sua empresa que se chama ‘Cor de Praia’ e virou até meme na internet pela cor não mais vermelha por ter a pele branca. "Fiquei literalmente laranja! Mas achei aquilo o máximo, pois com o Sol nunca tinha ficado com a cútis de outra cor que não fosse vermelha", relembra achando graça. E o otimismo com o qual ela encarou a situação foi fundamental para transformá-la de cliente em dona de uma franquia.
Bronzeamento artificial com aspecto natural
Da ocasião engraçada, a empresária tirou a ideia de começar o seu próprio negócio. Ela garante que sempre teve vontade de empreender, afinal, nunca foi dada a seguir regras, ter uma rotina, um patrão, hora para sair e para entrar e também sempre gostou (e gastou muito) com estética.
Karol fez uma verdadeira busca pela internet e foi estudar sobre o assunto, fez curso de estética e tudo. Por fim começou a estagiar na área até se decidir completamente sobre seguir na área do bronze. Tudo isso em pouco tempo, afinal, "sou uma pessoa que quando planeja algo, quer logo tirar aquilo do papel. Até para não ter medo e acabar desistindo", afirma.
Mas as dificuldades surgiram e com elas o receio de não ter uma renda fixa, o salário garantido no final do mês, a segurança do emprego que tinha numa grande empresa de energia de Minas Gerais. Nessa hora, o apoio do então namorado e hoje marido e funcionário foi fundamental:
"Eu prefiri arriscar a ficar trabalhando insatisfeita. Quando a gente trabalha simplesmente por dinheiro, a gente não encontra satisfação. E eu sempre gostei de ajudar o máximo de pessoas possíveis. É isso que me deixa satisfeita. O bronze levanta a autoestima de uma mulher intensamente. É muito bom ver a alegria de uma cliente após o resultado", relata animada.
Mas para não repetir o erro que lhe deixou com o aspecto artificial na pele, Karol buscou aquilo que tinha de mais avançado no mundo. "Comecei a me interessar por este procedimento que reage com a proteína da pele. Percebi que a maioria dos autobronzeadores deixavam a pele com o aspecto artificial e o jet bronze manchava porque é um pigmento que não especifica o tipo de pele. Então a pessoa fica muito artificial."
Ainda insatisfeita, ela seguiu testando e procurando matérias-primas no exterior que deixasse a pele com o aspecto natural, "igual ao bronzeamento provocado pela exposição solar", até que encontrou nos produtos 100% orgânicos a solução que buscava no momento. Ela garante, porém, que "a excelência na técnica, que é exclusiva da marca também é fundamental" e completa "os produtos que são utilizados estão em constante aperfeiçoamento".
Cor de Praia longe da praia
Dessa forma, com investimento inicial próximo de zero e sem nunca ter recebido uma injeção de capital de fora, nasceu a primeira unidade da Cor de Praia, em 2010, no bairro de Lourdes, Zona Sul de Belo Horizonte, há mais de 400 quilômetros da praia mais próxima.
O sucesso foi quase imediato e a empresária seguiu colocando fé na sua ideia, tanto que foi reinvestindo todo o dinheiro que entrava na própria empresa. Ela conta que o casal parou com os gastos pessoais e colocou tudo que tinha na Cor de Praia . Assim, abriu filiais em São Paulo, outra unidade em Belo Horizonte e até no Rio de Janeiro. Afinal, a empresária garante: a clínica e a praia não são concorrentes.
"A praia não é uma concorrente, pois são públicos distintos. Quem nos procura são pessoas que têm uma vida muito corrida ou pessoas que gastam uma fortuna com dermatologista para cuidar da pele, então não estão dispostas a pegar sol e estragar a pele. São públicos distintos, cada um com sua peculiaridade", afirma a empresária antes de revelar que "os mineiros procuram muito o bronzeamento artificial, principalmente antes de ir para a praia. Para não chegarem lá muito brancos."
Depois de oito anos e faturando cerca de R$ 350 mil por unidade, Karol Palhares recebeu tantos pedidos que decidiu junto ao marido que era hora de dar o próximo passo e tornar a Cor de Praia uma franquia. A primeira unidade foi aberta em Cuiabá por uma cliente da loja, mas agora a empresa tem um plano ambicioso: alcançar 100 lojas em todo o Brasil até 2020.
A procura tem sido alta: "a meta de curto prazo são de 12 unidades que já estão em andamento. Nós acreditamos muito nesse modelo porque o investimento inicial é relativamente baixo (R$ 35 mil) e o retorno é relativamente rápido. Mas eu procuro franqueadores que tenham amor pelos clientes e não apenas busquem o lucro," pondera Karol que afirma que é o marido quem cuida do processo de seleção dos candidato, mas revela que a Cor de Praia também tem planos de internacionalização da marca com propostas em Miami, nos Estados Unidos, e em Portugal.
A empresária, porém, sabe que realizar tudo isso é muito difícil. Ela espera que quanto mais lojas estiverem abertas, mais tenha visibilidade e mais vezes o negócio se multiplique, mas não fica só refém disso.
A empresa também conta com um plano de comunicação que quer fazer influenciadores conhecerem e divulgarem a marca para atrair mais clientes para a franquia de bronzeamento artificial . Para Karol, portanto, não importa se é inverno ou verão, se você está perto ou longe da praia ou se a sua pele é clara ou escura, você ainda vai ouvir falar sobre a Cor de Praia.