A Confederação Nacional do Transporte (CNT) classifica mais da metade das rodovias estaduais do Mato Grosso como péssimas. A Confederação estima que seriam necessários R$ 2,37 bilhões para melhorar a situação da malha viária.
No total do país, foram analisados 105.814 km de rodovias. A classificação regular, ruim ou péssima atingiu quase 62% enquanto em 2016 esse índice era de 58,2%.
Ainda segundo a CNT, 363 trechos de rodovias estão com pontos críticos, ou seja, situações atípicas como queda de barreira, ponte caída, erosão na pista e buraco grande. Esse último foi o que apresentou mais problemas com 238 ocorrências.
O professor da Universidade de São Paulo (USP) João Vicente Caixeta Filho explica que 80% do transporte de carga agrícola é feitos por rodovias. Para ele, a solução é, muitas vezes, barrada por questões políticas.
“O tempo de maturação para a obra ferroviária é mais longo que vai ultrapassar os mandatos políticos. Então, deve fazer parte de uma agenda mínima de Estado e o Estado extrapola governo e partido político, e nós precisamos de projeto de Estado onde de fato possa ter uma capilaridade adequada para movimentar as cargas de uma maneira geral e particularmente as cargas agrícolas”, explicou.
A extensa possibilidade hidroviária do país deve ser utilizadas para movimentação da agricultura. “Temos que explorar também a grande vantagem do Brasil que é a hidrovia que é o sistema mais barato que existe de transporte. Algumas obras pontuais, por exemplo, eliminando algumas rochas no Tocantins, Araguaia pode viabilizar o grande escoamento de toda essa região”, afirmou.
É importante pensar o transporte de mercadorias no Brasil de forma eficiente. Com uma boa administração, é possível fazer estradas, ferrovias e hidrovias – preservando o meio ambiente – e melhorando o custo do transporte no país.