A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso – Aprosoja lançou o Circuito Tecnológico Etapa Soja 2017. O início é a partir desta segunda (16) e percorrerá diversos municípios de Mato Grosso. No trajeto serão entrevistados produtores rurais para fazer um levantamento da situação produtiva no campo.
Neste ano serão 9 equipes que percorrerão 62 municípios no estado. A meta da entidade é concretizar o preenchimento de 680 questionários, uma amostragem de pouco mais de 10% dos 5.100 produtores associados, considerada suficiente para a obtenção de dados relevantes do mercado rural.
A expectativa do Circuito é que as equipes passem pelo maior número de propriedades rurais possíveis coletando dados sobre a qualidade das sementes, fertilizantes e entender as necessidades e dificuldades dos produtores. “A troca de informações entre a Aprosoja, os técnicos da Embrapa e os produtores rurais será muito útil para traçarmos as estratégias da entidade e ajudar o trabalho no campo” destaca o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin.
Setor Produtivo e Mercado
A queda do câmbio e os fatores climáticos são alguns quesitos que têm preocupado os produtores de Mato Grosso, que não estão conseguindo obter rentabilidade na produção. Segundo o presidente da Aprosoja, o cenário adverso faz com que sejam reduzidos os investimentos rurais em tecnologia e produção. “O sucesso de uma lavoura depende de um bom plantio. Estamos enviando alertas aos produtores sobre os fatos relevantes para que estejam bem informados sobre as perspectivas do mercado”, disse.
O atraso do plantio se tornou uma preocupação este ano, segundo Endrigo Dalcin. “Podemos perder a janela ideal para plantar a segunda safra de milho. Hoje já estamos afetados com a rentabilidade praticamente nula e até mesmo negativa em algumas regiões do estado”, alerta.
A safra deprimindo em Chicago e o câmbio voltando ao patamar de R$ 3,20 pressionaram os preços dos grãos em Mato Grosso. “O mercado já assimilou as cotações americanas com algumas elevações de pico como ocorreu na última sexta-feira”, comenta Dalcin.
No ano passado, Mato Grosso atingiu a maior produtividade de soja da história, com mais de 55 sacas por hectare. No Brasil como um todo foi positivo. O clima favoreceu muito para que isso ocorresse, pois é o principal diferencial que afeta o campo. Outra questão que impacta é o investimento que o produtor faz na propriedade. “Neste ano houve redução de investimentos. Dificuldade de crédito, preço da soja em baixa e queda na rentabilidade fez com que os produtores investissem com mais cautela em tecnologia e produção. Alguns produtores abandonaram áreas mais arenosas. Não é possível plantar sem ter condições mínimas de umidade no solo. Na próxima safra estamos projetando um nível de produtividade menor em relação a anterior, em torno de 52 sacas por hectare contra 55 da última safra”, disse Dalcin ao Mato Grosso Econômico.
Alguns produtores estudam o replantio, porém ainda não foram relatados casos efetivos, mas o presidente da Aprosoja alerta que a rentabilidade, que já está afetada, pode piorar ainda mais com essa prática. “É custo a mais no mesmo hectare e a soja não produz de forma tão efetiva quando replanta”, finaliza Dalcin.