O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM) foi interrogado no final da manhã desta segunda-feira (14) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
O Ministério Público através de seu promotor Marcos Bulhões disse que essa foi uma maneira do deputado se defender visto que foi um dos alvos da “Operação Bereré”, que investiga suposto esquema de desvio de cerca de R$ 30 milhões do Detran-MT.
Eduardo Botelho chegou à sede do MPE por volta das 10h e ao sair preferiu não responder as perguntas da imprensa.
Ele negou que a empresa Santos Treinamentos, o qual figurou como sócio, fosse "de fachada". Botelho já havia dito que não tem nada a temer e disse que todo o seu patrimônio está declarado. “Não fiz nenhuma ação para tentar atrapalhar e não tenho nada que possa ser escondido. Está tudo declarado”, disse.
Operação Bônus:
O ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques e o deputado estadual Mauro Savi (DEM) foram presos em ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.
A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.
A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.
Operação Bereré
A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame – um registro do Detran.
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho. O ex-deputado federal Pedro Henry também foi alvo na ocasião.
O governador Pedro Taques decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.