Uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que muitos brasileiros para sobreviver estão fazendo 'bicos' e trabalhos temporários.
Serviços gerais são os que mais têm sido a saída para muitos trabalhadores, sendo 21% das 600 pessoas entrevistadas. Já produção de comida para vender e serviços de diarista e lavagem de roupas foram citados por 11% dos entrevistados que têm buscado alternativas ao desemprego formal.
A pesquisa também apurou que, em média, a dedicação a esses 'bicos' e trabalhos informais é de três dias por semana.
Poder de consumo
Após a saída do emprego, 52% dos entrevistados abandonou algum projeto ou desistiu da aquisição de um sonho de consumo por causa da demissão. Além disso, 28% dos desempregados deixou de fazer reserva financeira, enquanto que 25% e 17% desistiram de reformar a casa e comprar um automóvel novo, respectivamente.
Investimentos como abrir o próprio negócio (16%) e realizar uma faculdade ou pós-graduação (14%) também foram deixados para trás pelos entrevistados.
O levantamento também apontou que 41% dos desempregados estão com contas em atraso, sendo que 27% deles já está com o nome negativado em serviços de proteção ao crédito. Vale destacar que o tempo de atraso e valor médio das dívidas é de sete meses e R$ 1.967.
Adaptação
Compra de roupas, calçados e acessórios foi o hábito que sofreu corte em 65% dos desempregados que disseram ter mudado o padrão de vida com a saída do emprego. Já as saídas para bares e baladas foram cortadas por 56% dos entrevistados. Mesmo índice de pessoas que cortaram os pedidos de comida por delivery e o consumo de comida fora de casa.
Outro meio utilizado para ‘fechar as contas’ no final do mês e driblar a crise do desemprego foi o empréstimo de dinheiro para amigos e familiares que foram solicitados por 46% dos entrevistados. Como retenção de gastos, 63% optaram por marcas mais baratas na hora das compras.