A safra brasileira 2017/18 de soja está com uma estimativa bem alta, conforme a AgRural que concluiu no final da semana passada seu primeiro levantamento em substituição às linhas de tendência utilizadas até novembro. Essa troca, aliada a um pequeno ajuste para cima na área plantada, que subiu 108 mil hectares, para 34,8 milhões, resultou em aumento na expectativa de produção, que passou dos 110,2 milhões de toneladas estimados há um mês para 112,9 milhões. A produtividade média estimada é de 54,1 sacas por hectare – acima das 53 sacas utilizadas até novembro, mas abaixo do recorde de 56,1 sacas por hectare colhido na safra 2016/17, quando o Brasil produziu 114,1 milhões de toneladas.
A estimativa de produção de 112,9 milhões de toneladas é um retrato do atual momento da safra, que por enquanto se desenvolve sob condições favoráveis de clima em todo o país. Mas a produtividade ainda está em aberto, pois depende de como o clima se comportará nos próximos meses, durante as fases reprodutivas das lavouras. A AgRural divulgará uma nova estimativa de safra em meados de janeiro.
O plantio da safra 2017/18 de soja chegou na quinta-feira (07) a 96% da área destinada à oleaginosa no Brasil, ante 92% na semana anterior, 95% no ano passado e 93% na média de cinco anos. O tempo mais seco no Sul não tem prejudicado nem a finalização do plantio, nem o desenvolvimento das lavouras, e há previsão de aumento dos volumes de chuva na segunda quinzena do mês.
Para o milho verão, a AgRural reduziu a estimativa de produção do Centro-Sul do Brasil, que passou dos 21,2 milhões de toneladas estimados no mês passado para 19,7 milhões. A queda em relação ao ano passado, agora, é de 21%. A área plantada na região é estimada em 2,8 milhões de hectares (-16,2% anuais, devido à migração para a soja), enquanto a produtividade média é calculada em 116,7 sacas por hectare (-5,8% anuais).
A redução da produção em relação à estimativa do mês passado deve-se principalmente à substituição da linha de tendência de produtividade (121,2 sacas por hectare) por estimativas de produtividade baseadas nas condições de desenvolvimento das lavouras. Houve redução em relação ao ano passado e à estimativa de novembro por conta principalmente do tempo quente e seco de setembro, que comprometeu o potencial produtivo de parte das lavouras do Sul do país.
Somada à projeção da Conab para o Norte/Nordeste, a estimativa de produção da AgRural para o Centro-Sul resulta em produção de 24,9 milhões de toneladas de milho verão no Brasil, contra 26,3 milhões na estimativa de novembro e 30,5 milhões de toneladas na safra passada. A AgRural fará ajustes na estimativa em meados de janeiro.