Na primeira reunião comandada pelo novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta (20) manter a taxa básica de juros Selic em 14,25%.
O presidente do BC disse que almeja atingir a meta da inflação de 4,5% até 2017. A inflação está elevada. Nos últimos 12 meses o índice atingiu 8,84% e vem preocupando há tempos os analistas, gestores e parlamentares.
Goldfajn disse recentemente que o BC e o governo estão adotando medidas para permitir a queda na taxa de juros no Brasil, mas acrescentou que esse processo tem de ser levado adiante somente quando as condições permitirem que ela ocorra de forma responsável, ou seja, de modo que a inflação atinja as metas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2016 e 2017, o Conselho Monetário definiu uma meta central de inflação de 4,5% no ano e o Banco Central tem que calibrar a taxa de juros visando cumprí-la. Mas há um limite de tolerância que permite que a meta não seja descumprida mesmo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, não atinja essa meta central.
Para 2016, a tolerância é de dois pontos percentuais acima do centro da meta. Portanto, se o IPCA ficar em até 6,5% ao final deste ano, a meta não terá sido descumprida. Para 2017, esse teto é de 6%.
O Comitê informou ainda que identifica os seguintes riscos domésticos para a inflação: ela segue acima do esperado no curto prazo, em boa medida decorrente de preços de alimentos, pode se mostrar persistente; as incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia permanecem; e um período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação.
Histórico Recente e Projeções
Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006. Pelas expectativas de instituições financeiras, a Selic será mantida nesse patamar na reunião deste mês, mas até o final do ano será reduzida, mesmo com o discurso do BC de que não há espaço para cortes na Selic. De acordo com as projeções, ao final de 2016 a taxa Selic estará em 13,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de mais cortes na taxa Selic, que encerrá o período em 11% ao ano.
De acordo com a pesquisa do BC junto ao mercado financeiro, a Selic começará a cair em outubro deste ano, quando deve ficar em 13,75%, com nova queda em dezembro para 13,25% ao ano. Na reunião marcada para agosto deste ano, não há expectativa de redução da Selic. Por essas projeções, a Selic continuará a ser reduzida no próximo ano até outubro, quando deve chegar a 11% ao ano e será mantida nesse patamar na reunião do Copom de dezembro de 2017.