Sem justificar os crimes do qual é citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, o presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), conselheiro Antônio Joaquim se preocupa em acusar o ex procurador-geral da República, Rodrigo Janot de proteger o governador Pedro Taques das acusações citadas também na delação. O conselheiro concedeu uma entrevista a uma rádio local, nesta segunda-feira (18).
“No que se refere a esta questão da delação em Mato Grosso, ele foi criminosamente parcial e seletivo. Não tomou atitude que tomou com os conselheiros em relação ao seu amigo”, disse.
Durante a entrevista, Antônio Joaquim não demonstrou preocupação com as acusações que lhe compete, mas sim de alguma forma reforçar as denúncias contra o governador. ”Eu acho que é muito mais grave a citação que ele faz do governador do que a minha, pois o que ele fala de mim é ilação. Sobre Taques, ele diz que combinaram um pagamento de R$ 20 milhões, diz ter negociado uma proteção, diz que o encontrou quatro vezes para tratarem do assunto”, contou.
Delação
Segundo o ex-governador Silval, Joaquim comprou fazenda com dinheiro de propina. Além de afirmar que contou com ajuda do conselheiro para aprovação das obras da copa, por meio de pagamento ilícito.
Decisão
Na semana passada o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), que foram citados na delação do ex-governador do estado Silval Barbosa (PMDB) como beneficiados em um esquema de corrupção do governo, durante a sua gestão.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), autor do pedido que foi atendido pelo ministro Luiz Fux, além de Antônio Joaquim, foram afastados os conselheiros Valter Albano, José Carlos Novelli, Waldir Teis e Sérgio Ricardo.