Na sessão da última terça-feira (10) na Assembleia Legislativa, o deputado Zeca Viana (PDT-MT) relembrou os pedidos de investigações sobre os escândalos de corrupção no Detran e no contrato de R$ 70 milhões do governo com agências de publicidade, que foram protocoladas por ele junto ao Ministério Público em março de 2016 e que foram arquivados.
Viana questionou os motivos que teriam levado promotores que receberam as representações a arquivarem os indícios de irregularidades apresentados por ele nos dois casos. O arquivamento foi feito em 2016 e 2017, respectivamente, pelos promotores Clóvis de Almeida Junior (agências) e Célio Furio (Detran).
Menos de dois anos após as representações do deputado Zeca Viana, a Justiça revelou a corrupção existente no Detran, após delação do ex-presidente Teodoro Lopes, o “Dóia”, e nos contratos de publicidade. Neste caso, a suspensão do contrato e pagamentos foi feita na semana passada pela juíza Célia Vidotti, por improbidade administrativa e corrupção empresarial. Responsáveis pelas agências e o ex-secretário do GCom do governo Pedro Taques, Kleber Lima, são investigados.
“Eu tenho feito vários pronunciamentos nesta tribuna sobre as coisas mal feitas do governo do Estado, de secretários. E na maioria das vezes não sou ouvido, por ser oposição talvez, as próprias instituições que têm o compromisso de investigar, não investigam o governo e deixa ele fazer as coisas erradas que causam grandes estragos aos cofres públicos”, comparou Zeca Viana.
Zeca perguntou ainda quais as motivações que fizeram o MP não investigar o teor de suas representações sobre o contrato de R$ 70 milhões de publicidade do GCom e do Detran. “Por incrível que pareça, as duas representações foram arquivadas. Não houve interesse do MP fazer as investigações. Por que esses promotores não tiveram interesse e não investigaram? É a pergunta que faço. Venho defendendo as pessoas de bem, que fazem a diferença dentro da administração pública”, afirma.
O parlamentar lembrou ainda que em 2016 fez denúncia sobre os casos, apresentou requerimento de informações e não foi respondido pelo governo, motivo pelo qual ajuizou as representações.