Conforme dados do Sistema Geo-Obras do Tribunal de Contas, Mato Grosso tem 17.648 obras públicas cadastradas com valor estimado em R$ 17,3 bilhões e destas cerca de 421 estão paralisadas em diversos municípios.
O sistema, que está comemorando 10 anos, detalha informações sobre todas as obras e serviços de engenharia do Estado, desde o processo licitatório, contrato, aditivos, até o nome do fiscal e as medições do que já foi executado. O Geo-Obras recebe informações de obras com recursos municipais, estaduais e federais. No entanto, o TCE somente fiscaliza as obras com recursos municipais e estaduais. Além disso, estão disponíveis para consulta 595 mil documentos e 375 mil fotos. A ferramenta é inédita no Brasil e possui Certificação 90001 concedida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em uma década, o Sistema Geo-Obras conseguiu padronizar a forma de executar obras públicas em Mato Grosso, garantindo qualidade na fiscalização e gerenciamento do que é feito nas administrações públicas municipais e estaduais. Para o cidadão, as inovações do sistema proporcionam controle sobre a aplicação do dinheiro público. Antes do Geo-Obras existir, os auditores do TCE se deslocavam para o interior a fim de fiscalizar as obras sem possuir nenhuma informação. “Mais parecia uma adivinhação”, lembra o engenheiro civil e auditor público externo, André Luiz Souza Ramos, recordando os tempos difíceis da verificação in loco das obras. “Era muito complicado, o Estado é muito grande. Chegávamos a um município e às vezes a obra não tinha relevância. Com o sistema Geo-Obras os auditores têm dados, é possível cruzar com outros sistemas e a auditoria já sai do TCE planejada, com os possíveis riscos. É muito mais produtivo”, observa o engenheiro.