Uma ligeira melhora na previsão de queda da economia brasileira pelo Banco Central de -6,54% para -6,50% não traz muitos efeitos no curto prazo. A estimativa refere-se ao Produto Interno Bruto (PIB), que mede a geração de todas as riquezas do país e foi divulgada hoje (06), pelo boletim Focus do Banco Central.
A depressão econômica causada pelo coronavírus ainda é muito acentuada. O MT Econômico acredita que no segundo semestre deste ano, mais empresas podem fechar, gerando ainda uma onda de desemprego. "Os índices podem até ser menos ruins do que o primeiro semestre, mas ainda haverão efeitos socioeconômicos na pandemia neste segundo semestre", analisa o MT Econômico.
As cidades brasileiras ainda estão fazendo lockdown para conter os avanços do coronavírus e isso deve afetar a economia neste segundo semestre. Quando parece que tudo vai melhorar, o vírus começa a se proliferar novamente, como vemos em muitos casos Brasil afora.
Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50% no PIB, a mesma previsão há seis semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.
O momento é de cautela
Como os efeitos do coronavírus ainda são desconhecidos para o segundo semestre, o momento é de cautela. O Educador Financeiro Alessandro Torres, membro da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), alerta que este ano temos que pensar no essencial.
"Se você não possui uma reserva estratégica, não é momento de sair às compras aproveitando os preços baixos. Tem gente que está aproveitando para comprar carro, casa, entre outras coisas que gerem uma dívida de longo prazo, mesmo sem saber se nos próximos meses pode estar desempregado ou se sua empresa estará em atividade. Em 2020, temos que priorizar o essencial, incluindo saúde, alimentação e educação. Além disso, é momento que devemos montar nossa reserva estratégica, algo que muitas pessoas ainda não tem e deveriam ter, antes mesmo da pandemia", alerta Alessandro Torres.
Demais indicadores
A inflação para esse ano medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está prevista em 1,63%. O indicador é baixo, demonstrando que o consumo ainda não estará plenamente aquecido. A Taxa Selic deve ainda ter mais uma redução, da atual 2,25% para 2% ao ano, na tentativa de estimular a obtenção de crédito pelos empresários e consumidores. O dólar deve cair de R$ 5,20 para R$ 5,05% até o final do ano, segundo estimativa do boletim Focus.