Diante da iminência do atraso nas entregas e falta de fertilizantes no mercado brasileiro, em especial Cloreto de Potássio (KCI), que foi agravado pelo conflito no Leste Europeu, a Fiagril antecipou a entrega do produto aos agricultores que negociaram com a empresa parte da produção da safra 2022/23. O objetivo é garantir que o produto, uma das mais importantes matérias-primas para fertilizantes, esteja disponível para o uso no início do plantio da soja.
Mesmo sendo um grande produtor mundial de alimentos, o Brasil não é autossuficiente na produção de fertilizantes, dependendo de importações para a maior parte do que consome. Dimensionando esta dependência, cerca de 90% do mineral usado no país é importado, sendo que aproximadamente 45% têm como origem Belarus e Rússia.
O diretor de Insumos da Fiagril, Marcos Castro, explica que devido à guerra e sanções econômicas aplicadas aos países envolvidos, os embarques marítimos no Leste Europeu estão suspensos. Assim, a empresa alinhada com seus fornecedores, decidiu antecipar as entregas para que seus clientes não sofressem com atrasos na entrega do fertilizante.
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“O que queremos com a entrega de fertilizantes antecipada neste ano, em especial o Cloreto de Potássio, é dar segurança aos agricultores que negociaram com a Fiagril, de que, mesmo diante deste cenário crítico em relação à guerra e de situações que prejudicam a logística marítima, nós estamos colocando nossos melhores esforços para que os clientes recebam o fertilizante no momento adequado ao uso. Assim, junto com nossos fornecedores, trabalhamos para cumprir com o compromisso assumido”, afirmou.
Um agricultor que planta na região de Sinop (500 km de Cuiabá) relata que é cliente da empresa há pelo menos quatro anos e destaca que essa iniciativa tranquiliza os produtores. “Como já recebemos fertilizante para a safra 2022/23, estamos bem tranquilos com o produto em nossos barracões”, disse.
Já outro cliente da região dos Parecis (a 700 km da Capital), comemora a iniciativa e a antecipação no cumprimento da entrega. Ele deixa claro que essa atitude deixa o produtor mais tranquilo para iniciar a nova safra. “Em um ano atípico como este estamos tranquilos com todos os fertilizantes dentro da fazenda. Isso é muito importante para nosso planejamento”, pontuou.
Atualmente, o Brasil importa aproximadamente 97% do Cloreto de Potássio (KCl) que utiliza para fertilização das lavouras. Também é o maior importador mundial deste nutriente, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia.
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