A última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), do mês de agosto, voltou a registrar aumento no número de famílias endividadas na Capital, chegando a 74,9%.
Apesar da expansão da inadimplência, a pesquisa mostrou ainda que há um movimento de queda no indicador, atingindo os menores valores nos últimos meses. “O aumento do emprego observado em 2021 ajuda a explicar o bom desempenho da pesquisa”, apontam os números da Peic.
O diretor do Instituto de Pesquisa e Análise da federação (IPF/MT), Maurício Munhoz, destacou que os dados levantados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estão em consonância com o estudo ‘Onde Investir em Mato Grosso’. “Nosso estudo observou aumento do crédito ao mesmo tempo em que aumentam as vendas no varejo. Também foi observada uma melhora na geração de emprego neste ano”.
O presidente da Fecomércio/MT, José Wenceslau de Souza Júnior, reforçou que com a melhora do emprego, o acesso ao crédito tem ajudado as famílias a liquidarem as dívidas. “As famílias têm planejado melhor os seus gastos para que as dívidas não se acumulem e não se tornem um problema, uma bola de neve”, alertou o presidente da federação.
ENDIVIDAMENTO – A facilidade com o uso do cartão de crédito faz com que a maioria da população tenha este tipo de dívida como principal (72,8%). São 4,6 pontos percentuais a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Já o uso de boleto, que aparece em seguida, apresentou diminuição na variação anual, de 34,8% em 2020 para 33,5% neste ano. Esta mesma tendência foi observada nas famílias que recebem até 10 salários mínimos quanto acima disso.
O tempo comprometido com dívidas também recuou, passando em média de 7,7 meses em agosto de 2020 para 6,3 meses no mesmo período de 2021. Já a parcela da renda comprometida com dívida apresentou leve aumento no mesmo período, de 23,5% para 24,7%.
Munhoz salientou a preocupação com a alta dos juros, que pode interferir na elevação da inadimplência. “O uso do cartão de crédito, que é utilizado pela maioria da população, pode encarecer as dívidas das famílias”, concluiu o diretor de Pesquisas do IPF/MT.
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