O número de inadimplentes em Mato Grosso caiu -4,68% em maio de 2022, em relação a maio de 2021. A retração observada no Estado foi significativa quando comparada a da média regional – Centro‐Oeste (1,50%) – mas abaixo da média nacional em 5,81%.
Em Mato Grosso, o total de negativados está em 1,06 milhão.
De acordo com análise realizada pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da CDL Cuiabá, sobre os dados apresentados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), na passagem de abril para maio, o número de devedores no Estado caiu ‐1,70%. Na região Centro‐Oeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 0,12%.
A abertura por faixa etária do devedor mostra que o número com participação mais expressiva no Estado, em maio, foi entre 30 a 39 anos (26,30%). Contudo, quando divididos por sexo segue bem distribuída, sendo 54,08% homens e 45,92% mulheres.
Em maio de 2022, cada consumidor negativado do Estado devia, em média, R$ 3.980,18 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 34,06% dos consumidores do Estado tinham dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 48,74% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. O tempo médio de atraso dos devedores negativados é igual a 25,3 meses, sendo que 33,86% dos devedores possuem tempo de inadimplência entre 1 a 3 anos.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE DÍVIDAS – Em maio de 2022, o número de dívidas em atraso de moradores de Mato Grosso caiu ‐2,20%, em relação a maio de 2021. O dado ficou na contramão das altas observadas na média da região Centro‐Oeste (5,98%) e da média nacional (10,78%).
Na passagem de abril para maio, o número de dívidas caiu ‐0,08%. Na região Centro‐Oeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 1,28%, sendo que o setor com participação mais expressiva do número de dívidas em maio no estado foi Bancos, com 41,23% do total delas.
NÚMERO MÉDIO DE DÍVIDAS POR DEVEDORES – Em maio de 2022, cada consumidor inadimplente tinha em média 1,975 dívidas em atraso, em Mato Grosso. O número ficou acima da média da região Centro‐Oeste (1,957 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (1,889 dívidas para cada pessoa inadimplente).
COMPARATIVO COM CENÁRIO NACIONAL – O SPC Brasil estima que em maio de 2022 havia 62,37 milhões de consumidores, pessoas físicas, negativadas no País, o que representa 38,68% da população adulta.
Na análise por faixa etária, a maior concentração de inadimplentes está no intervalo de 30 a 39 anos. São 15,50 milhões de pessoas nesta faixa etária registrada em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 45,30% da população nesta faixa etária.
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ANÁLISE DOS DADOS – Para a CDL Cuiabá, a queda na inadimplência apresentada em Mato Grosso está diretamente relacionada à geração de emprego apresentada desde o início do ano, tanto no Estado quanto na Capital, conforme últimos dados do Caged, divulgados nesta semana.
“Apesar do custo de vida estar mais elevado devido à inflação, os números apresentados pela economia mato-grossense estão melhores do que os últimos dois anos e gradativamente tendem a avançar positivamente. Mato Grosso tem sido destaque na geração de empregos e esse fator otimiza a queda da inadimplência, deixando o nosso Estado na contramão dos demais centros econômicos do País onde a inadimplência tem aumentado”, avalia o superintendente da CDL Cuiabá, Fábio Granja.
Para o dirigente, o ponto chave e positivo é que o consumo no Estado tem aumentado, chegando em alguns momentos a superar o ano de 2019 e a inadimplência diminuído, esse fator é relevante já que o normal é o volume de dívidas acompanhar o aumento das vendas. “Isso demonstra que a renda tem retornado gradativamente para os lares, porém, fica também nítido o avanço do planejamento financeiro das famílias o que possibilita um consumo mais consciente. É importante sempre dizer que a educação financeira precisa ser cada vez mais intensificada, pois hoje tem sido estabelecida na cultura das famílias muito mais pela dor, devido à redução da capacidade de pagamento, do que por um desenvolvimento natural de cultura das pessoas”, observa Fábio Granja.
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