Mato Grosso registrou a segunda menor taxa de desocupação do Brasil, neste primeiro trimestre de 2022. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo IBGE, no Estado esse indicador ficou em 5,3%. O menor foi observado em Santa Catarina, 4,5%.
Na comparação com o mesmo momento do ano passado, a taxa em Mato Grosso declinou de forma considerável: 4,5 pontos percentuais (p.p.). Já na comparação com o trimestre imediatamente anterior – nesse caso o quarto trimestre de 2021 – há estabilidade, conforme o IBGE, já que naquele momento a taxa se fixou em 5,9%.
Na medida em que a desocupação cai é esperada a alta no nível de ocupação. Entre os primeiros trimestres do ano, Mato Grosso passou de 60,2% da população em idade de trabalhar ocupada para 62,1%, comparativo que também revela estabilidade.
No Centro-Oeste, de janeiro a março, a desocupação ficou em 12,6% no Distrito Federal, em 8,9% em Goiás e em 6,5% no Mato Grosso do Sul. Ainda nesse mesmo intervalo do ano, a taxa no País ficou bastante acima da registrada em Mato Grosso, chegando a 11,1% da população desocupada.
O número de pessoas ocupadas no País ficou em 95,3 milhões, composto por 67,1% de empregados, 4,3% de empregadores, 26,5% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2% de trabalhadores familiares auxiliares.
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Os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria foram do Amapá (35,9%), Amazonas (35,7%), Pará (34,6%) e Rondônia (32,4%), todos estados da região Norte do país. Também foi verificado no Pará o maior percentual de trabalhadores informais (62,9%). Norte e Nordeste concentram os maiores percentuais dessas categorias profissionais.
Por outro lado, Sudeste (69,7%) e Centro-Oeste (71,0%) apresentaram maior participação das categorias dos empregados. Santa Catarina (88,2%) foi o estado com o maior percentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Já no Maranhão (47,3%), menos da metade tinha a carteira assinada.
RENDIMENTO MÉDIO CRESCE – No primeiro trimestre deste ano, o rendimento médio mensal recebido pelos trabalhadores foi estimado em R$ 2.548, um aumento de 1,5% em relação ao último trimestre de 2021 (R$ 2.510). Esse valor, porém, é 8,7% menor que o do 1º trimestre do ano passado (R$ 2.789).
“Na comparação com o quarto trimestre de 2021, somente as regiões Norte (R$ 1.985) e Sudeste (R$ 2.875) tiveram expansão significativa no rendimento médio. Já entre as unidades da federação, embora tenha havido uma tendência de leve aumento em boa parte delas, o único estado que realmente teve aumento estatisticamente significativo foi São Paulo (R$ 3.107)”, analisa a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
HOMENS, MULHERES E JOVENS – A PNAD Contínua trimestral mostra também que enquanto as taxas de desocupação das pessoas brancas (8,9%) e de homens (9,1%) ficaram abaixo da média nacional (11,1%), as das mulheres (13,7%) e de pessoas pretas (13,3%) e pardas (12,9%) continuaram mais altas no primeiro trimestre deste ano.
A desocupação por faixas de idade também ficou estável no período, frente ao trimestre anterior. Mesmo no caso dos jovens de 18 a 24 anos (22,8%), que tradicionalmente têm elevadas taxas de desocupação, não houve crescimento, acompanhando o panorama nacional.
“São jovens ainda em processo de formação, que não têm uma inserção muito efetiva no mercado de trabalho, ocupando, muitas vezes, trabalhos temporários. Eles entram e saem do mercado com mais frequência. Muito em função de, às vezes, terem que compatibilizar estudos com trabalho. Há ainda outros aspectos estruturais, como pouca experiência e qualificação. Por isso, estão rotineiramente pressionando do mercado”, conclui Adriana Beringuy.
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