Mato Grosso emplacou de janeiro a setembro 61,4 mil veículos novos. Em setembro foram 8948 emplacamentos, um crescimento de 9,2% em relação a agosto, quando se vendeu 8194. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Mesmo que tenha sido o melhor resultado do ano, no acumulado do ano a queda ainda é de 23% em relação a 2019.
O ritmo melhorou, mas ainda não é motivo para o setor comemorar. Os executivos de concessionárias lembram que o aumento nas vendas em setembro na comparação com agosto refletem a demanda reprimida nos outros meses por conta do período de pandemia do coronavírus.
"A pandemia não passou e as fábricas atenderam apenas parte da demanda criada durante os meses iniciais do anúncio do vírus, quando as lojas e montadoras chegaram a paralisar as atividades. Os números de setembro surpreendem até as fábricas, mas a realidade é que no showroom da grande maioria das marcas está faltando veículos", avalia o presidente da Fenabrave Regional Mato Grosso, Paulo Boscolo.
Outra comparação que chama a atenção é o resultado nacional. No Brasil, os emplacamentos caíram 2,57% em comparação com setembro de 2019. Já em Mato Grosso, houve aumento de 5,3% no período. Se os resultados, em percentuais, se apresentam melhores que os do Brasil, os executivos apontam para o crescimento do agronegócio como importante influenciador nesse caso.
Antonio Menegassi (CMT-Noma), diretor da Fenabrave-MT e representante do segmento de implementos rodoviários (reboques e semirreboques), é um dos que destacam o ótimo desempenho da produção agrícola, mas vê os números com cautela. Até por que o seu segmento não teve os mesmos resultados positivos no mês.
"Setembro foi 15,8% menor que o mesmo período de 2019 e no acumulado do ano são 22,5% a menos que no ano passado", exemplificou. "Na verdade, o atual momento de emplacamentos não reflete a alta demanda em nosso segmento, pois as fábricas não conseguiram ainda adaptar a produção à grande procura por produtos, principalmente, após a redução durante a pandemia", explica Menegassi.
Mercado de autos e comerciais
Em setembro o segmento de automóveis alcançou 19,8% de aumento. As vendas comerciais leves subiram 7,4%. Com relação a setembro do ano passado, o crescimento foi de 4,2%. Os números sinalizam a reabertura das concessionárias.
Motos
No nono mês do ano, a comercialização de motos cresceu 7,1% e no acumulado do ano o percentual é negativo (23,53%). Para Ronan Alves (Mônaco Motos), diretor representante do segmento de motos da Fenabrave, enfatiza também a retomada dos estoques, já que as montadoras paralisaram as atividades de março até maio, o que gerou demanda reprimida.
"O segmento de motocicletas está realmente aquecido, tanto pela procura de um transporte individual, como pela consolidação como veículo de trabalho. Por outro lado, a produção segue prejudicada pela montagem reduzida", explica o concessionário.
Segue mais dados sobre os emplacamentos a seguir:
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