Com a peste suína assolando a China, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acredita que isso pode ser uma grande oportunidade do Brasil ampliar seu mercado de carnes.
“Hoje, com o problema que vem se agravando lá, vemos grande oportunidade de o Brasil ocupar parte desse espaço”, disse a ministra.
Quanto à soja, a ministra disse que a expectativa é que as exportações para a China sejam menores, por causa dos problemas com a peste suína no país. "Com certeza diminuirão as nossas exportações de soja, mas nós vamos agregar valor. Em vez de vender soja a US$ 500 a tonelada, vamos vender a proteína a US$ 2 mil a tonelada, seja frango, bovino ou suíno".
Tereza Cristina lembrou, no entanto, que o Brasil precisa se manter alerta ao risco de contaminação de seus animais com a peste suína.
No Brasil, a PSA (peste suína africana) foi erradicada em dezembro de 1984, e o país foi declarado área livre da doença. Mesmo assim, no ano passado, o ministério ampliou as medidas de vigilância sanitária para evitar o ingresso do vírus no país. “Hoje a doença está espalhada só na Ásia, mas é muito preocupante". A ministra destacou que é preciso tomar todas as medidas porque o Brasil é grande exportador e precisa estar seguro de que essa peste "não chegue aqui".
Segundo o Ministério da Agricultura, a peste suína africana é uma doença viral e não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Inspeção
Tereza Cristina informou que a China deve enviar mais uma missão ao Brasil para inspecionar as unidades produtoras de carnes. No ano passado, chineses já haviam visitado 10 plantas no país.
Viagem à Ásia
No dia 6 de maio, a ministra da Agricultura viaja para a Ásia. Durante a permanência no continente, ela visitará vários países, entre eles a China, visando negociar a abertura de novas plantas de carne. A exportação de soja também estará na pauta de Tereza Cristina.