A expectativa da rede hoteleira em todo o Brasil é de ocupação de 90% neste carnaval, bem mais que em 2017, principalmente no Rio de Janeiro.O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Manoel Linhares disse que o otimismo está relacionado à melhora dos indicadores econômicos no país.
“O turismo é um setor muito sensível, que impacta logo quando há uma crise. Mas quando a economia começa a melhorar, é o primeiro a mostrar pessoas viajando mais, executivos participando mais de agendas de negócios”, explicou o executivo.
A expectativa é que a ocupação atinja 90% em alguns destinos, durante o carnaval, como ocorreu no Réveillon. É o caso de Salvador e do Recife. No Rio de Janeiro, a previsão oscila entre 85% e 90%. Mesmo na cidade de São Paulo, cuja rede hoteleira teve ocupação média de 30% durante o carnaval de 2016 e de 35% no do ano passado, a previsão é chegar este ano a 45% de reservas para o período. “O carnaval é a data mais importante para o turismo nacional em certas regiões”, ressaltou Linhares.
Também para os viajantes que procuram lugares mais tranquilos para relaxar e ter mais contato com a natureza nesse período, a perspectiva para os hotéis é de crescimento da taxa de ocupação. Em Mato Grosso Chapada dos Guimarães, Nobres entre outros municipios sãoo ótimas opções para quem não quer curtir a festa do Carnanval, mas quer se isolar e descansar.
No litoral paulista, por exemplo, as pesquisas sinalizam ocupação acima de 90%. Em Fortaleza, que no ano passado registrou média de reservas de 78,2%, a projeção é ultrapassar 85% no carnaval 2018, revelou Manoel Linhares.
Gargalo
Para o presidente da ABIH Nacional, o maior gargalo do turismo brasileiro ainda é a malha aérea. “Se tivéssemos bilhetes mais competitivos, tenho certeza de que a ocupação seria bem melhor. Fazer turismo interno é muito caro”, afirmou Linhares.
Para ele, a redução da burocracia também contribuiria para incrementar o turismo. Um exemplo é a concessão, pelo Brasil, do visto eletrônico para turistas vindos dos Estados Unidos desde o dia 25 deste mês. A medida reduziu o tempo de concessão de 40 dias para 72 horas. “Os Estados Unidos são o segundo país, depois da Argentina, em termos de emissão de turistas para o Brasil”. Linhares disse que não tem dúvida de que essa abertura vai puxar tanto o turismo de lazer quanto o de negócios no país.
O visto eletrônico já era concedido para turistas do Japão, do Canadá e da Austrália. “E agora, com os Estados Unidos, só tem a melhorar não só a ocupação da hotelaria, mas de toda a cadeia produtiva, que impacta 54 setores”. A previsão é de aumento de 25% de visitantes americanos este ano no Brasil. “Se todo presidente, todo governador, todo prefeito olhasse para o turismo como essa indústria precisa ser vista, tenho certeza de que o Brasil hoje não estaria nessa crise, com tantos milhões de desempregados”, afirmou.