Ter um pet em casa exige cuidados, responsabilidade que em muitas vezes custam dinheiro. Não podemos deixar de avaliar o impacto sobre as finanças pessoais de se manter um cão.
Nesta publicação serão dadas algumas dicas para você economizar no dia a dia com seu pet.
1º – Pense como um cão
Se você fosse um cachorro, como gostaria de viver? Preso o dia inteiro, esperando pela chegada do dono no final do dia e por alguns minutos de atenção? Muita gente, na vontade de cuidar de um animalzinho, esquece completamente de avaliar as condições reais que têm para oferecer. É bem verdade que os cães se adaptam a qualquer ambiente e rotina, mas geralmente, cachorro precisa de espaço, de companhia e de atenção. Caso você não considere esses requisitos antes de adotar, é bem provável que você sinta no bolso a sua escolha.
Muitos cachorros que passam o dia inteiro sozinhos, trancados em pequenos ambientes acabam por desenvolver doenças, como depressão, ou a síndrome da ansiedade de separação, que pode se apresentar de inúmeras formas. Entre elas, o cão passa a destruir coisas dentro de casa, defecar em locais inadequados, tenta romper portas e janelas ou late além da conta, como um pedido de socorro.
Essa situação, além de trazer prejuízo pela perda de objetos e o necessário tratamento do animal, também pode trazer grandes frustrações para o dono, que passa a enfrentar reclamações dos vizinhos e a preocupação pela condição do seu pet.
Por isso, a primeira dica que damos é avalie as condições de ambiente e de presença que você pode oferecer para um cachorro antes de adotá-lo. Os cães são animais sociáveis, que desenvolvem grande apego aos seus donos, mesmo quando têm outros companheiros da mesma raça por perto.
Antes de adotar, pense se você pode oferecer ao bichinho o ambiente e a atenção que ele merece. Evitando assim, danos futuros tanto emocionais, quanto materiais.
2ª Adotar é sempre melhor que comprar
A Organização Mundial de Saúde estima que o Brasil tenha cerca de 30 milhões de animais abandonados entre cães e gatos. Esses animais são vítimas de todo tipo de violência e se tornam um grande problema de saúde pública nas cidades.
Parte da culpa dessa situação é das pessoas que ao adquirirem um filhote sem planejamento e noção, acabam abandonando meses ou anos depois, quando o bichinho começa a ter problemas ou a gerar gastos não previstos.
Também é pela ação de pessoas do bem que esses animais de rua encontram amparo e assistência. São diversas ONGS que defendem a causa e lutam contra o abandono, pela adoção.
Um exemplo de que é possível reverter esse quadro vem da Holanda, que conseguiu erradicar a população de animais de rua com políticas públicas baseadas em conscientização, leis severas para casos de abandono, multas para infrações, campanhas de castração e altas taxas de imposto para a compra de cachorro de raça.
Diante desse cenário, a maneira mais sustentável (e financeiramente correta) é adotar, e não comprar o seu cãozinho. Acredite, sempre haverá um que conquistará seu coração, independente de raça ou aparência.
Além disso, adotando você contribui com o meio ambiente e ampara a causa dos cães abandonados, levando para casa um companheiro cheio de gratidão.
3ª – Crie uma reserva financeira
Cães dão despesa. Não se iluda de achar que essa situação é reversível. Ração, remédios, veterinário, são indispensáveis e constantes na vida de um pet. Mas há também os imprevistos como doenças e acidentes.
Para que você nunca tenha que passar pelo dilema de escolher entre levar seu cachorro ao veterinário, ou pagar um novo curso, crie uma reserva para os imprevistos.
Faça uma tabela com os gastos normais mensais de seu cachorro, considerando situações futuras, como o mês das vacinas, o checape anual. Com base nesse orçamento, destine uma porcentagem a mais, todo o mês, para guardar e usar em situações de emergência.
É como se você fizesse uma pequena poupança para seu amigo. Dessa forma, você evita ser surpreendido com situações desagradáveis, que se não consideradas, podem comprometer negativamente seu orçamento.
4ª – Tempo é dinheiro
Essa máxima atribuída a Benjamim Franklin pode bem ser adaptada a esse contexto. Explico: ou você gasta tempo com seu cachorro, ou você gasta dinheiro com ele (e talvez com você também). Não há como escapar da regra.
Como dissemos anteriormente, cães são animais sociáveis e apegados ao dono e demandam uma rotina ativa para estarem sempre saudáveis. Se você não tem tempo para criar uma rotina saudável com seu cachorro, é melhor que não o tenha.
Mas, se você consegue algum tempo do seu dia para se dedicar ao seu amigo, saiba que isso será um bem não somente para ele, mas também para você. O cão pode ser um ótimo aliado para a prática de exercícios físicos, caminhadas, corridas, brincadeiras ao ar livre.
Os momentos de distração causam experiências emocionais com a liberação de oxitocina, hormônio associado ao sentimento de amor e amizade, semelhante à sensação existente no cuidado infantil, o que reduz o estresse, ajudando a evitar doenças para ambos os lados.
O fato de ter a obrigação de levá-lo para passear é um excelente impulsionador para que você também pratique alguma atividade. Ambos ganham em saúde e disposição, economizam com cuidadores, consequentemente sobrando mais dinheiro para outras despesas ou para poupar e investir.
5ª – Não poupe com a saúde de seu cachorro
Pode parecer um contrassenso, mas há muita lógica nesta dica. Embora os gastos com saúde sejam os mais relevantes, é um erro pensar em economizar quando o assunto é a saúde de seu amigo. Você pode achar que está evitando gastos em um primeiro momento e gastar o dobro, posteriormente.
Pequenos problemas de saúde podem se tornar complicações maiores e demandar procedimentos mais custosos e dolorosos para seu cachorro e para você.
Prevenir é sempre melhor que remediar. Converse com o veterinário responsável pelo seu bichinho, pergunte sobre a forma mais adequada de cuidar de seu cachorro, como prevenir problemas de saúde e que tipo de atenção deve ter com relação ao comportamento do animal.
Se for necessária alguma medicação, não hesite em comprá-la, mas verifique com o médico se há correspondentes genéricos entre os remédios que se encontram em farmácia. Os produtos veterinários são sempre mais caros e, muitas vezes, é possível substituí-los pelas mesmas substâncias de uso humano, mais em conta.
6ª – Cachorro não é gente
Às vezes, o amor pelo seu cãozinho é tanto, que as pessoas chegam a chamá-los de filhos. Minha teoria da conspiração diz que essas criaturinhas de quatro patas conseguem hipnotizar seres humanos, ou fazer o papel de cupido em favor próprio.
O sentimento se torna tão intenso, que os próprios donos perdem a noção do bom senso, exagerando na humanização de seus pets. Para agradá-los, ou agradar a si próprios, tirando o peso da consciência de não estarem presentes, eles compram coisas que, se não prejudicam, não fazem a menor falta na vida de um cachorro.
Por mais que eles sejam filhos, irmãos e/ou amigos, cahorrinhos não precisam de chocolate, nem de gravatas, nem de roupas de marca, nem de sapatos e muito menos de perfume.
O melhor presente para o seu cachorro é o seu tempo, um passeio no parque, uma bola de meia e/ou uma alimentação natural para cães de vez em quando. O resto só é bom para a economia e o crescimento do mercado pet, mas tem um impacto, bastante significativo no seu bolso, ao longo dos anos.