Até o final de 2022, o cooperativismo de crédito deve abrir 1,3 mil novas agências para atendimento do público brasileiro. Com isso, a rede das Cooperativas chegará a 8.800 pontos de atendimento, consolidando-se como a maior rede de atendimento do Sistema Financeiro Nacional. Além de mais inclusão bancária, as cooperativas também vão contribuir para a retomada da economia e a geração de empregos, com a estimativa de ao menos 13 mil contratações nessas novas instalações. Os dados fazem parte da primeira pesquisa com a projeção de futuro do setor feita pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop).
“Reunimos as projeções de expansão dos diferentes sistemas cooperativos (Sicredi, Sicoob, Unicred, Cressol, Ailos e Uniprime) e das principais cooperativas singulares e centrais independentes filiadas ao FGCoop para mostrar como o cooperativismo financeiro pretende contribuir com a retomada da nossa economia”, afirma o presidente do FGCoop, João Carlos Spenthof.
Embora o futuro possa ser incerto para muitos, para essas instituições o horizonte é de manter o ritmo de crescimento, que se mantém ascendente há mais de 15 anos, inclusive em momentos de crise econômica, como os vividos em 2008, 2012 e 2020.
“O cooperativismo financeiro cresce de forma sustentável porque estamos com um olho no futuro — investindo em novas tecnologias — sem esquecer nossas raízes, que se baseia no cuidado com as pessoas e com o desenvolvimento das comunidades”, acrescenta Spenthof.
Justamente por isso, o cooperativismo de crédito deve aumentar sua presença em municípios desassistidos, bairros periféricos e em cidades de médio e grande porte. O intuito é estar perto das pessoas levando mais conveniência, acessibilidade e serviços de qualidade. Na sua missão de inclusão financeira, as cooperativas estão presentes em mais de 600 municípios até então desassistidos pelo SFN, proporcionando cidadania, dignidade e desenvolvimento para a população dessas cidades.
Outro grande destaque está na previsão de crescimento da presença dessas instituições em estados das regiões Norte (69,66% em relação a 2020) e Nordeste (55,17% em relação a igual período), por serem locais com pouco acesso a serviços bancários.
“A carência (na Região Norte) é muito grande. Quanto mais para o Norte, menos agência bancária existe por habitante”, garante Spenthof.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL – As cooperativas de crédito são protagonistas do desenvolvimento econômico e social em suas regiões de atuação. Elas fomentam a economia com suas linhas de crédito, que atendem todos os setores produtivos, e promovem a inclusão bancária do povo brasileiro, com um portfólio completo de produtos e serviços financeiros, reconhecidos por taxas e tarifas justas, que fomentam a redução de custos financeiros e qualidade de vida para seus associados. Além disso, o apoio às micro e pequenas empresas e demais setores, contribuem para a geração de milhares de empregos e auxiliam na retomada econômica no pós-pandemia.
Para completar, o cooperativismo financeiro gera, atualmente, 71,7 mil empregos diretos, número que deve aumentar ainda mais com a abertura de 1,3 mil novas agências até o final de 2022.
“Cada nova agência aberta por uma cooperativa gera, em média, 10 empregos diretos – entre atendentes, caixas e gerentes. Para nós, cooperativistas, é um orgulho poder contratar mais gente. Mais investimento em pessoas trará mais resultados porque trará mais associados, mais crescimento e mais negócios. Batemos no peito, com orgulho, para dizer que queremos, sim, contratar mais gente”, afirma Spenthof.
Em Mato Grosso, o cooperativismo de crédito já atraiu 17% da população no Estado, conforme noticiado anteriormente pelo Mato Grosso Econômico aqui. De acordo com dados do Sistema Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (Sistema OCB/MT), o número total de cooperados em Mato Grosso chega a 632.965, enquanto o de habitantes é de 3.567.234, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
FECHAMENTO DE AGÊNCIAS BANCÁRIAS – Em 2020, os quatro maiores bancos do país (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) fecharam juntos 1.692 agências bancárias e postos de atendimento. Desde o início da pandemia, já são 2.080 agências a menos em todo o país.
Em contrapartida, 2.427 cidades brasileiras não tinham agência bancária em agosto deste ano, segundo o Banco Central, número que representa 43,4% dos municípios. Em março do ano passado, no início da pandemia, eram 2.338 (41,9%).
Na contramão dos bancos, que têm fechado agências, o cooperativismo de crédito mostra que há espaço para crescer quando o atendimento presencial é um diferencial, sem deixar, é claro, de apostar na inovação e na digitalização de serviços para a parte da população que tem acesso à internet.
SOBRE O FGCOOP – O FGCoop é uma associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, de direito privado, de abrangência nacional, tendo como associadas todas as cooperativas singulares de crédito captadoras de depósitos e os dois bancos cooperativos: Bancoob e Banco Sicredi.
O fundo garantidor foi criado para proteger os depositantes e investidores das cooperativas associadas, com as mesmas garantias de depósitos dadas aos clientes de bancos comerciais (até R$ 250 mil por CNPJ ou CPF). Desta maneira, o FGCoop contribui com a manutenção da estabilidade do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), ampliando a credibilidade do sistema.