A indústria de graxaria "Reciclagem Juína" pode ter que fechar as portas em 10 dias devido ao problema de mau cheiro que vem afetando a população de Juína, além de danos ao meio ambiente com descarte incorreto de resíduos.
O Ministério Público Estadual, por intermédio da promotoria de justiça de Juína-MT e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) suspenderam as atividades da empresa por 10 dias.
A empresa tem causado danos ambientais ao usar um terreno nas proximidades da comunidade Cristo Rei para fazer o descarte de produtos não processados, porém perecíveis e isso configurou além do mau cheiro, crime ambiental.
O embargo realizado pelo MP e Sema será feito de forma programado, pois toda produção bovina da região é encaminhado para a cidade de Juína para fazer a reciclagem, o que impede o fechamento da empresa de imediato, uma vez que caminhões com produtos dos frigoríficos encontram-se a caminho para o processo de reciclagem, o que levaria a um desastre econômico aos frigoríficos das cidades vizinhas.
Para evitar o dano econômico em escala foi fixado um prazo de 10 dias com a empresa ainda em funcionamento para normalização, porém, vencido o prazo, deverá a empresa encerrar as atividades até sua regularização junto a SEMA, colocando em dias as multas que foram aplicadas.
Será realizado um encontro entre o poder judiciário local e os vereadores de Juína para a realização de um debate, junto com uma audiência pública para que ambos cheguem a um consenso de um local para fixar esse tipo de empreendimento, onde a promotoria tem o senso de que não pode ser permitido esse tipo de indústria próximo ao perímetro urbano.
Os parlamentares serão peças fundamentais para que o processo de retirada da graxaria aconteça e a mesma seja instalada em um local adequado. Atualmente a localização da "Reciclagem Juína" está em uma parte alta da cidade com as chaminés voltadas para o centro urbano, facilitando que o vento transfira o mau cheiro por quase todos os bairros da cidade.
No laudo realizado pela SEMA, os dejetos são originados na cidade de Juruena, que já chegam em avançado estado de decomposição devido a má conservação das estradas, sendo um dos responsáveis pelo mau cheiro que tem incomodado a cidade, um ato que deveria ser tomado a iniciativa de não receber mais através dos proprietários da graxaria, fato que não aconteceu.
Um laudo dos engenheiros sanitaristas apontou outras irregularidades como o já citado caso das chaminés que estão voltadas para o perímetro urbano facilitando a exalação do mau cheiro, mas, o que realmente levou a decisão do embargo, foi os dejetos que deveriam ser reciclados e não enterrados em um terreno particular configurando crime ambiental, gerando ação de danos morais coletivos para o fechamento definitivo da empresa.
A empresa gera muitos empregos e arrecadação para o município e nos bastidores as partes envolvidas estão vendo uma forma de minimizar o impacto econômico em decorrência de um possível fechamento da empresa.
Durante o embargo desses 10 dias a empresa poderá até recorrer, porém com poucas probabilidades e com risco de perder a licença de funcionamento.