Levantamento feito pelo Banco Central (BC) no mês de janeiro, aponta que o investimento estrangeiro no setor produtivo do país caiu no primeiro mês do ano, na comparação com igual período de 2018.
No mês passado, o investimento direto no país (IDP) chegou a US$ 5,866 bilhões. Em igual mês de 2018, esses investimentos somaram US$ 8,363 bilhões.
Em janeiro, esses investimentos não foram suficientes para cobrir o resultado negativo das contas externas. Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque recursos são aplicados no setor produtivo.
O déficit em transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações) chegou a US$ 6,548 bilhões, o de janeiro de 2018: US$ 6,293 bilhões.
Para o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o resultado do mês passado, com IDP inferior aos déficit das transações correntes, é “pontual”. Segundo ele, pode ter havido uma antecipação de fluxos de IDP no segundo semestre de 2018, quando houve aceleração desses investimentos. Além disso, Rocha destacou que os dados preliminares deste mês indicam aumento da entrada desses recursos. Em fevereiro, até o dia 21, o IDP chegou a US$ 5,7 bilhões, com estimativa de US$ 7 bilhões para o mês. A previsão do BC para o déficit em conta corrente neste mês é de US$ 2,2 bilhões.
Investimentos em ações e títulos
O investimento estrangeiro em ações e fundos de investimento chegou a US$ 3,664 bilhões e nos títulos de renda fixa, a US$ 3,060 bilhões, totalizando os dois US$ 6,724 bilhões, em janeiro. Segundo Rocha, no primeiro mês do ano, houve retorno dos investimentos desse tipo que haviam saído em dezembro, no total de US$ 4,547 bilhões. Os dados preliminares de fevereiro, até o dia 21, mostram saída de US$ 1,331 bilhão em ações e fundos de investimentos e entrada de US$ 7,174 bilhões, em títulos de renda fixa.