O surto do novo coronavírus está movimentando o mercado e deixando muitos investidores com aversão ao risco. A China, um dos maiores compradores de carne bovina do mundo, deve reduzir as importações da proteína animal no primeiro trimestre de 2020, segundo previsão do banco holandês Rabobank. De acordo com o relatório, o consumo doméstico ainda é considerado fraco no Brasil, mas prevê retomada de demanda interna.
Para o consultor em agronegócio do Itaú BBA, César de Castro Alves, apesar da incerteza quanto a doença, o cenário para os pecuaristas brasileiros ainda continua favorável. “Uma parte do mercado está começando a ficar otimista. Começamos a ver sinais de estabilidade na China e isso é o que mais importa para o setor de boi gordo do Brasil”, afirma ele.
“O coronavírus está avançando por todo o mundo, é um acontecimento incerto e ninguém tem o tempo certo de quando isso será controlado. Entretanto, pela época do ano, que agora é uma boa época de pastagens, caso se tenha um menor ritmo de exportação e isso pode acontecer, já que há registros que a logística na China ainda não está regular, os produtores podem segurar um pouco o gado e manejar a comercialização. A China ainda ainda é grande consumidor do alimento e vai precisar continuar comendo”, explica Alves.
Ainda segundo o consultor, há algumas notícias que a carne brasileira está com dificuldades para entrar nos portos do país asiático. “Há rumores que alguns frigoríficos estão precisando redirecionar para outros locais as mercadorias. Mas ainda sim, isso mostra que não é problema de demanda, mas sim de logísticas no país”, disse.
Boi gordo em MT
As chuvas intensas em algumas regiões no Estado estão atrapalhando o transporte de gado das fazendas aos frigoríficos e afetando a oferta de animais. “Com isso, na semana passada, os preços do boi gordo e da vaca gorda foram cotados a R$ 182,17/@e R$ 171,57/@, respectivamente, alta de 0,95% para o macho e de 1,17% para a fêmea no comparativo semanal”, segundo boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Na terceira semana de fevereiro também havia sido registrado aumento nas cotações.
O equivalente físico (EF) também apresentou alta de 1,01% ante a semana passada, uma vez que o mercado segue com leve queda nas ofertas de animais e com a demanda satisfatória. “Com a oferta ainda restrita, as escalas de abate apresentaram leve queda de 0,35 dia ante a semana passada e fechou a semana em 6,94 dias”, acrescenta o instituto.
No mercado de reposição, o bezerro de ano foi cotado a R$ 1.625,10/cabeça na semana passada. O instituto aponta que há maior dificuldade dos produtores em encontrar bezerros.
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