A cultura do Maracujá foi tema do 2º Dia de Campo de Nova Brasilândia. O encontro foi realizado pela Secretaria de Agricultura Familiar de Mato Grosso (Seaf) em parceria com a prefeitura municipal.
O cultivo da fruta teve início no município há cerca de quatro anos. Apesar de recente, a cultura já registra números expressivos na produção.
Nova Brasilândia reúne 12 produtores de maracujá, que juntos somam 7,5 hectares plantados. Em média, as propriedades apresentam áreas entre 0,5 a 2 hectares cultivadas, algo em torno de 400 a 800 plantas de maracujazeiros. Entre as cultivares de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) estão sendo trabalhadas, o FB 200 “Flora Brasil”, material desenvolvido na região do Triângulo Mineiro e a BRS Rubi do Cerrado, desenvolvido pela Embrapa. Por ano são produzidas mais de 225 toneladas, com uma produtividade média de 30 toneladas por hectare.
O Rubi do Cerrado tem apresentado a maior produtividade com 60 toneladas/ha, muito acima da média produzida em outras regiões brasileiras. As áreas de cultivo têm demonstrado um excelente padrão de desenvolvimento e alto índice de ‘pega’ após a polinização manual. A expressividade da produção se deve principalmente a inserção de cultivares geneticamente mais produtivos, como o FB 200 “Flora Brasil” e o BRS Rubi. A introdução de novas tecnologias, aliada a fatores como o manejo de pragas e doenças, a adubação orientada, o manejo das podas para formação e condução dos maracujazeiros, e a implantação de sistemas de irrigação são diferenciais que tem garantido o aumento da produtividade.
Entre as características do Rubi, está a produção de frutos 50% amarelos e 50% vermelhos. Segundo dados coletados em campo, a produção do Rubi em Nova Brasilândia apresentou maior percentual de frutos com coloração amarela muito superior aos avermelhados, o que traz vantagem ao produtor no momento de negociar a venda dos frutos. Apesar de possuírem mesmo sabor e textura, o maracujá amarelo ainda tem a preferência do consumidor.
Rentabilidade e Mercado
O maracujá é uma cultura de alta rentabilidade e rápido retorno. Em apenas quatro anos, a produção de Nova Brasilândia tem conquistado importantes mercados consumidores. Hoje, as 12 famílias envolvidas na produção do fruto produzem juntas cerca de 250 kg de maracujá por semana. A expectativa é que pelo menos outros 12 agricultores já estejam se preparando para iniciar o plantio do fruto. A prefeitura tem dado apoio aos produtores na prospecção de novos mercados consumidores e no intermédio para a venda dos produtos.
O uso de cultivares geneticamente avançados e assistência técnica adequada tem garantido a produção de frutos de alto padrão, capazes de atender os mercados mais exigentes.
Apesar dos números expressivos, a produção de maracujá ainda tem muito espaço para crescer em Mato Grosso. Aproximadamente 70% de todo maracujá consumido no Estado é trazido de outras regiões. O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá com 554,5 mil toneladas e área de aproximadamente 41 mil hectares (IBGE, 2019). A Bahia é o principal produtor, com cerca de 107,6 mil toneladas, seguido por Santa Catarina com 27,8 mil toneladas, Ceará com 19,7 mil toneladas, e Espirito Santo com 19,3 mil toneladas. Mato Grosso produz 3,2 mil toneladas em 301 hectares de maracujá. A produtividade média gira em torno de 10,7 mil quilos/ha.