A Dados Consultoria fez uma pesquisa que mostrou que o trabalhador que entra no primeiro emprego fica, em média, quatro meses na empresa contratante, o que é praticamente o tempo do contrato de experiência de 90 dias. Após esse período, quase metade dos profissionais são desligados pelas empresas.
SWA
Débora Nascimento, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro ( ABRH-RJ ), comentou que é preciso avaliar os números sobre os dois lados envolvidos: do empregador e do empregado .
"Da parte da empresa, podem haver detalhes que, na hora do recrutamento e seleção, ela não conseguiu mapear corretamente no perfil do candidato. Então, o empregador se aproveita do período de experiência para fazer essa análise e avalia que a pessoa não é a candidata adequada", afirmou Débora.
A diretora também diz que o cenário instável de crise pode afetar nas demissões: "As estratégias das empresas estão mudando rapidamente. Muitas vezes, é preciso fazer o desligamento porque a função ou a área não vai mais existir, e o desligamento da pessoa que está no período de experiência acaba custando menos do que de um funcionário mais antigo".
A pesquisa também mostra que o desligamento por pedido de demissão por parte do empregado diminuiu de 32,6%, em 2011, para 22,2%, em 2017. Débora diz que a crise também afeta o lado do empregado, que muitas vezes não pede demissão para não ficar sem emprego.
"As pessoas não querem ir para o mercado instável e acabam se submentendo a tarefas e funções não muito satisfatórias. O período de experiência também é o momento para o profissional avaliar a empresa em que está entrando, porque é no dia a dia que vai se conhecer a dinâmica do trabalho . Muitas vezes, as pessoas acabam pedindo para sair porque analisam que a oportunidade de trabalho não era aquela que foi imaginada na hora da contratação ", afirmou.