Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que os serviços prestados às famílias cresceram 4,8% no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2018.
O desempenho foi o mais robusto entre as cinco atividades pesquisadas. “De alguma maneira, pode ter relação com algum tipo de renda extra que possa estar sendo auferida pela população”, disse Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços no IBGE, reconhecendo que as famílias gastaram mais com hotéis e alimentação fora de casa.
O pesquisador pondera, porém, que o avanço no semestre foi puxado pelo segmento de hospedagem, que pode ter sido impulsionado por uma deflação forte registrada nos últimos meses.
O segmento de alimentação fora do domicílio tem mostrado melhora apenas nos últimos dois meses. “Tem um movimento suave de aumento da receita nominal das empresas desse segmento (hotéis), mas que é superdimensionado pela deflação”, justificou Lobo. Na média global, os serviços cresceram 0,6% no primeiro semestre.
Os serviços de informação e comunicação (2,6%) exerceram o principal impacto positivo. Houve crescimento também em outros serviços (3,3%). As perdas ocorreram nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,3). O volume de serviços prestados no País foi afetado pelo chamado “efeito calendário” em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Junho de 2018 teve dois dias úteis a mais que em junho de 2019. Os serviços recuaram 3,6% nesse tipo de comparação. No entanto, mesmo que o efeito dos dias úteis fosse neutralizado, o setor de serviços teria encolhido 2,9% em junho ante junho de 2018.