Quando falamos em economizar a coisa fica complicada, já que fazer com que as contas caibam no salário é um desafio comum. Se você também tem dificuldade para fazer o dinheiro durar até o próximo dia de pagamento, saiba que com o controle financeiro e algumas mudanças de hábitos é possível mudar esse cenário de escassez. Veja, em seguida, várias dicas para fazer o salário render o mês todo!
Faça um diagnóstico dos seus gastos
Se você vai ao médico com algum problema de saúde, é normal ele realizar um diagnóstico para identificar as causas da enfermidade, não é mesmo? Na sua vida financeira, você pode ter uma atitude semelhante. O sintoma do problema você já conhece, que é a falta de dinheiro no final do mês. A partir daí, é preciso buscar as causas do rápido gasto do salário.
Você deve, em primeiro lugar, organizar as suas finanças. Por exemplo, utilize uma ferramenta para montar o seu fluxo de caixa, ou seja, as entradas (receitas) e as saídas (despesas). Além disso, busque criar categorias para cada um desses grupos. Você pode classificar os gastos em moradia, educação, alimentação, saúde, transporte, lazer etc.
De preferência, registre todos os gastos, pois só assim terá um controle financeiro efetivo. Por exemplo, se você deixa para anotar as despesas só no final do mês, provavelmente esquecerá as compras do início do mês. Nos casos de gastos recorrentes, como abastecimento de combustível, a chance de esquecimento é ainda maior. Pelo contrário, se você anota tudo, saberá exatamente quanto gastou com esse item durante 30 dias.
Planeje o uso do seu salário
Depois de identificar para onde vai o seu salário todos os meses, você precisa adequar os seus gastos às suas receitas. Uma boa dica de gestão financeira é estabelecer percentuais para cada categoria de gasto. Por exemplo, 25% para habitação, 15% para alimentação e assim por diante.
A ideia é que todos os seus gastos estejam devidamente orçados, antes das efetivas compras ou dos pagamentos. Dessa forma, você consegue “andar nos trilhos” que você mesmo estabeleceu. Só não se esqueça de deixar algumas margens de segurança no orçamento, como quantias para gastos semanais, como padaria, abastecimento de combustível, frutas e verduras etc.
Com o histórico dos seus gastos em mãos, feito a partir do diagnóstico das finanças pessoais, você já poderá destinar uma parte do salário para os gastos recorrentes, como os que mencionamos antes. Logo, como você pode ver, aquele cafezinho depois do almoço pode não ser o vilão do seu orçamento, desde que você deixe uma quantia por mês para esse hábito.
Contraia dívidas com base na sua receita líquida
Fazer a gestão das finanças pessoais apenas “de cabeça” pode ser um grande problema, já que você corre o risco de se endividar além da conta. Para ter uma ideia, muitos indivíduos fazem um cálculo mental das dívidas, com base no salário bruto, ou seja, sem os descontos da Previdência Social, Imposto de Renda, Plano de Saúde etc. Conforme cada caso, a redução da renda bruta pode ser de até 20%. Logo, um salário de R$ 2.500, na verdade, pode significar R$ 2.000 à disposição para gastos e investimentos.
Além disso, na hora de fazer compras a prazo, compare o valor total da aquisição em relação ao seu salário mensal. De preferência, evite parcelamentos que, somados, ultrapassem a sua renda de cada mês. Quando o valor do bem superar o seu salário, avalie a possibilidade de juntar o dinheiro para comprar o produto à vista e, assim, negociar um desconto.
Saiba que um grande perigo para as finanças pessoais é você contrair dívidas que excedam bastante a sua capacidade de pagamento. Por exemplo, há indivíduos que se preocupam apenas com os valores das parcelas e se elas encaixam no salário, mas deixam de avaliar os valores totais das dívidas.
Para você ter uma ideia, uma pessoa que ganha R$ 2.000 e paga prestações de R$ 300 e de R$ 400, em princípio, tem condições de manter o controle financeiro, já que os valores somados representam 35% do salário mensal. Porém, é preciso analisar o valor total das duas dívidas. Se a compra de R$ 300 mensais foi feita em 12 vezes e a de R$ 400 em 36 parcelas, no fim das contas, as duas aquisições somaram uma dívida total de R$ 18.000.
Nesse exemplo, como você pode perceber, mesmo que as prestações se encaixem no salário mensal, a dívida toda representa o valor recebido em nove contracheques ou 75% da renda líquida anual. Por isso, antes de fazer aquisições, compare o valor total da dívida com a sua renda mensal.
Diminua os gastos variáveis
Sair de uma situação de descontrole financeiro para uma de equilíbrio das contas requer esforço, estudo e tempo. Logo, nem todo mundo consegue fazer o planejamento “dos sonhos” a partir deste mês ou do mês que vem. Os empecilhos para a conquista desse objetivo geralmente estão ligados ao fato de a pessoa ter mais despesas do que receitas.
Num caso assim, o indivíduo tem algumas opções, como tentar encontrar fontes alternativas de renda, cortar gastos ou renegociar dívidas e prazos. Das três, a que pode ser feita de modo mais rápido é a redução das despesas variáveis ligadas a consumo, como água, energia, telefone etc. Além disso, é possível diminuir custos com a substituição de marcas e com a troca de pacotes de assinatura completos por básicos, nos casos de acesso a sites, TV, celular etc.
Evite compras por impulso
O planejamento de gastos, por si só, já contribui bastante para um consumo racional, pois você em tese só usará os percentuais da renda já previamente definidos. Ainda assim, se no meio do mês bater aquela vontade de aproveitar uma promoção, pense duas vezes antes de tomar uma decisão.
Mesmo se você reservou uma quantia no orçamento para gasto livre, avalie se a compra que quer fazer é realmente fruto de um desejo ou de uma necessidade. Faça várias perguntas a si próprio antes de “bater o martelo”. Por exemplo, você usará o produto por muito tempo ou, passado um mês, ele ficará guardado num quarto da casa como outros itens comprados anteriormente? Busque ser racional na decisão de compra para poder esticar o seu salário, sem comprometer a sua renda com gastos supérfluos.