Pensa numa mulher muito bem sucedida que é exemplo de empreendedorismo. Essa é Ana Fontes, que resolveu abrir mão de uma carreira consolidada em uma multinacional, para equilibrar sua vida empreendedora com a maternidade.
Engajada no universo empreendedor, Ana participou de um curso voltado para mulheres empreendedoras na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Depois disso, se animou a colocar outra ideia em prática: uma comunidade colaborativa que visa auxiliar as participantes a desenvolver seus projetos. Nasceu, assim, em 2010, a Rede Mulher Empreendedora que forma mulheres em todo o país.
A Rede ganhou apoiadores e descobriu sua vocação: ajudar as mulheres a prosperar em seus projetos para ganhar independência financeira e, portanto, poder de decisão. “Se ela tem seu dinheiro, não vai precisar ficar numa relação abusiva por dependência econômica, como acontece em muitos casos”, diz Ana. “Quando os negócios das mulheres dão certo, elas não investem nelas mesmas, mas sim na educação dos filhos e no bem-estar da família”.
Após sete anos, a Rede Mulher Empreendedora já apoia mais de 300 mil mulheres e organiza cafés com empreendedoras, palestras, capacitações e mentorias com 100 voluntárias que dispõem seu tempo para ajudar quem está começando.
Ana criou o Instituto Rede Mulher Empreendedora, um braço da empresa que foca na luta por políticas públicas que tornem mais fácil o caminho das mulheres que querer cuidar de seus próprios negócios. A seguir, ela conta o que aconselha às milhares de empreendedoras que fazem parte de sua rede. Veja algumas dicas valiosas:
O medo é natural
“O problema não é ter medo, é deixar ele te paralisar. A jornada para empreender não é fácil, então é preciso se fortalecer para conseguir enfrentar os obstáculos”.
Junte-se a outras pessoas
“Ninguém consegue fazer as coisas sozinho. Peça ajuda a quem está ao seu lado ou participe de redes e grupos de apoio. Isso é muito importante porque a gente tem mania de achar que está sozinha. Nos cafés com empreendedoras que organizamos, convidamos mulheres para contar seu aprendizados. Às vezes você vê algumas pessoas chorando na plateia. Quando eu pergunto o porquê, elas contam que achavam que só elas tinham passado por isso”.
Procure um mentor
“Encontre alguém que tenha mais experiência que você para ser uma pessoa de confiança, que possa te ajudar na hora em que bate o desespero. Às vezes você fica tão perdida que, se não houver alguém olhando de fora a situação, pode ser que você se sinta pior do que deveria”.
Não existe negócio errado
“O que existem são caminhos. Não pode olhar para outra pessoa e pensar: o negócio dela está melhor. A gente tem mania de buscar fórmulas mágicas, mas o caminho do fulano é um, o seu é outro. Fazer as coisas com amor, carinho e vontade parece bobeira, mas não é. Sempre te leva para um caminho bacana. Você tem que encontrar a sua vocação e não tentar ser igual a alguém.
Gestão financeira não é tão difícil quanto parece
“A linguagem das finanças é a linguagem dos homens. Se você procurar quem ensina o assunto ou quem faz os modelos financeiros, são eles. A dificuldade da mulher não tem a ver com capacidade cognitiva, mas sim com o jeito que ensinam finanças, que é um modelo masculino. Precisamos encontrar o nosso jeito de aprender. Se puder, procure uma mulher para te ensinar”.
Não perca sua essência
“As mulheres têm um olhar mais humano, mais colaborativo. Isso é uma coisa boa, não ruim. Mantenha sua essência, sempre”.
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