O diretor de Blockchain da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e representante executivo da Blockchain Research Institute Brasil (BRI), Antonio Carlos Amorim, popularmente conhecido como Carl Amorim, ministrou uma das palestras do primeiro evento de Blockchain de Mato Grosso, realizado nessa quinta-feira (22) em Cuiabá.
Ele destacou que antes de pensarmos em mudanças, já que todo desconhecimento de um assunto traz um certo desconforto, é importante analisarmos alguns fatores na forma como os projetos têm sido conduzidos atualmente.
Carl disse ao MT Econômico que todos os projetos que têm atuado já se enquadram num modelo inovador e colaborativo, não apenas nas tarefas, mas também nos resultados financeiros obtidos.
Por exemplo, um projeto para lançar um livro, a equipe de revisores, designers, dentre outros profissionais possuem tarefas específicas e participação de lucro nos resultados obtidos, não são mais meros prestadores de serviço. E, o mais interessante é que o projeto fica mais leve, sem custo, pois todos os envolvidos participam da ação como sócios do projeto. O lucro adquirido com o produto é dividido em porcentagens para os participantes. Isso gera mais motivação e propósito na realização, segundo Carl Amorim.
No entanto, para isso funcionar é necessário que cada pessoa atuante num projeto colaborativo tenha o comprometimento para desenvolver o trabalho de acordo com as metas estabelecidas. “Isso gera uma organização natural das atividades, pois o nome de cada profissional pode ser destacado ou desconstruído pela falta de comprometimento e companheirismo com os demais colegas do grupo. Nesse modelo sem hierarquias você sai de uma economia centralizada com altos custos fixos para uma economia fluída e compartilhada com possíveis acordos firmados entre as pessoas de diferentes perfis profissionais”, detalhou Carl ao MT Econômico.
Como iniciar um processo de projeto descentralizado?
Primeiro é preciso entender o propósito do projeto e saber interagir com as pessoas, já que os processos se desenvolvem com a somatória das experiências de cada integrante do grupo em prol do mesmo objetivo.
“Podemos criar um curso, serviço ou fabricar um produto que depois dividimos a receita do projeto. O interessante é que nesse modelo de negócio ninguém tem um cargo padrão, salário fixo e nenhum chefe. A pessoa não fica presa a ninguém e isso abre várias possibilidades. A partir do momento em que o interessado participa do primeiro projeto ele pode também se envolver com outros trabalhos, desde que se comprometa a entregar no prazo suas responsabilidades, pois num projeto as áreas são interdependentes”, alertou.
Evento Blockchain em Mato Grosso
O primeiro evento de Blockchain em Mato Grosso reuniu inúmeros participantes no Centro de Eventos Fatec Senai em Cuiabá nessa quinta-feira (22) e inaugurou uma etapa inicial importante de conhecimento sobre o tema no estado.
Já pensou em uma tecnologia que agrega registro distribuído e visa a descentralização como medida de segurança e ainda consegue criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado mercado?
A ideia parece tão distante, mas o novo modelo de trabalho já faz parte da vida de muitos brasileiros e a nomenclatura ficou conhecida como Blockchain – que tem a iniciativa de fortalecer o mercado de forma mais descentralizada e segura com o uso de tecnologia.
Em Mato Grosso, o tema ainda é pouco conhecido num estado que é potência na produção do agronegócio e que possui inúmeras agroindústrias. Pensando nisso, o diretor da Tecnoon e coordenador do evento Blockmeet MT, Rafael Martins, que ‘está ligado’ no mercado mundial decidiu criar uma estratégia e lançar o primeiro evento de Blockchain de Mato Grosso. Tudo com o propósito de preparar líderes, empresas, executivos, universitários para as mudanças esperadas em seus respectivos setores. Apesar do tema ser abrangente, Rafael preferiu focar no agronegócio, indústria e startups com projetos em desenvolvimento nesta primeira edição.
“Com o blockchain na indústria podemos reunir todas as informações de um produto e rastreá-lo, saber onde foi produzido, transportado, industrializado até chegar às gôndolas do supermercado”, pontuou o coordenador do Blockmeet MT.
Na avaliação de Rafael, o evento foi planejado para contribuir com conhecimento especializado de tecnologias emergentes em Mato Grosso. Por isso, vários profissionais renomados do ramo foram trazidos até Cuiabá na intenção de compartilhar as experiências e aplicações de casos de sucesso nos setores industrial e do agronegócio, assim como na área jurídica e logística. Os especialistas e representantes de entidades locais também colaboraram com a grandiosidade do evento.
“A tecnologia foi analisada de forma global, mas o assunto foi remanejado para nossa realidade local, que é o agronegócio e a agroindústria. Temos que ter consciência que somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo e podemos também ser referência em tecnologia. O assunto tem muita importância para nosso mercado" afirmou Rafael Martins.
Saiba Mais
Para saber mais sobre o evento realizado, os interessados podem acessar os sites https://blockmeetmt.com.br/ e também o endereço eletrônico do entrevistado Carl Amorim da Fiesp http://bribrasil.com.br/sobre-bri/.
O evento com várias palestras também abordou sobre o blockchain no agronegócio. Veja mais nessa matéria.