Com o fornecimento firme do gás natural para Mato Grosso validado recentemente entre o governo do estado e a Bolívia, os empresários do setor industrial acreditam que vai melhorar a competitividade e expansão de negócios, pois pode haver economia de até 50% na produção do gás.
O proprietário de uma das primeiras empresas do estado a instalar o conversor para uso do gás natural o empresário Heitor Trentin, é um entusiasta do retorno do abastecimento. Com o retorno do gás natural, a empresa dele passará a utilizar ao mês cerca de 30 mil metros cúbicos (m³) de gás para aquecer maquinários que atuam na finalização das peças de aço.
“Vai reduzir em torno de R$ 40 a 50 mil ao mês no custo da empresa. Com isso, vamos melhorar a fábrica, comprar equipamentos e poder gerar mais empregos”, explica o empresário sobre a substituição do gás de cozinha, pelo gás natural fornecido.
Em uma comparação com a energia elétrica, o gás se torna ainda mais vantajoso. O empresário estima que a indústria gastaria em torno de R$ 150 mil caso fosse movida exclusivamente por energia elétrica, o que tornaria o negócio inviável.
O empreendimento que começou há 35 anos com as tradicionais prateleiras de aço quadradas, atua hoje em Várzea Grande com projetos personalizados que incluem o trabalho de marcenaria. O gás é utilizado principalmente nas estufas que aquecem e fazem o acabamento das peças moldadas e pintadas, para então, se transformarem nos móveis de aço que são o carro chefe do negócio.
Com a expectativa da retomada do crescimento econômico, a empresa pode chegar a consumir até 80 mil m³ ao mês de gás natural. Atualmente, emprega 59 pessoas de forma direta, com cerca de 45% da sua capacidade instalada. Apenas móveis de aço são fabricados em torno de 100 toneladas ao ano.
Contrato firme de gás
A Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás) acredita que a nova matriz econômica do gás natural irá fomentar a indústria local de modo geral, trazendo a diminuição do custo de produção, e consequentemente gerando mais empregos e renda para os mato-grossenses.
“A tendência é que com o fornecimento contínuo de gás natural pactuado com a Bolívia por pelo menos 10 anos, o preço do gás que atualmente já é muito competitivo, vá cair ainda mais, principalmente com a abertura do mercado de gás”, explica o presidente da MT Gás sobre o cenário nacional do gás.
Ele ressalta que não só a indústria terá impacto direto, mas motoristas de veículos que aderirem ao conversor chamado popularmente de “kit gás” poderão, a partir desta semana, abastecer com gás natural e ter uma vantagem de cerca de 50% em relação ao etanol, e de 30% na gasolina.
O contrato firme, que garante o abastecimento por pelo menos 10 anos foi firmado no último dia 26 de setembro, na Bolívia, entre a MT Gás e a estatal boliviana Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Foi pactuada a entrega de 1,5 milhões de m³ de gás natural ao mês.
Veja na publicação anterior do MT Econômico sobre a validação do contrato firme de gás. Clique aqui.
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