Nesta quarta-feira (07.12) estiveram reunidos no auditório da FECOMÉRCIO/MT em Cuiabá entidades do setor comercial e empresarial de Mato Grosso, deputados estaduais, representantes dos setores produtivos, OAB/MT e empresários.
O motivo do encontro foi suplicar pelo adiamento da reforma tributária que está sendo votada às pressas pelo poder legislativo. O governo estadual encaminhou no final de novembro a proposta de reforma à Assembleia e agora articula com os deputados da base governista para aprovar ainda este ano. O motivo da pressa é para que as novas regras de tributação do ICMS no estado passem a valer já a partir de 2017.
Os setores do comércio não são contra a reforma, mas pedem para que seja adiada para 2018, a fim de que tenham mais tempo para discutir os impactos em cada segmento comercial e empresarial. Embora a proposta esteja sendo elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, não foi realizado um estudo de impacto econômico e quantas empresas podem fechar as portas e elevar o aumento do desemprego em Mato Grosso.
“Os empresários não aguentam mais impostos e todos sabemos que a reforma vai fazer com que muitos demitam funcionários e até fechem as portas. Minha empresa tem mais de 50 anos de mercado e também corre esse risco”, disse o sócio-proprietário da Casa Domingos, Antônio Domingos, presente na reunião.
O deputado Oscar Bezerra (PSB) acredita que os deputados que apoiam a Frente Parlamentar do Comércio são minoria em relação à base governista e disse que em razão disso, a proposta de reforma deve ser votada ainda este ano.
“Sugiro que todos empresários que conhecem algum deputado conversem e supliquem ajuda para tentar ter algum apoio, pois somos minoria na Assembleia Legislativa”, disse Oscar Bezerra já prevendo o final da história.
“Tenho dito que o governo está ouvindo, mas não está escutando. Os empresários estão tomando conhecimento da questão jurídica agora. O tempo é exíguo. Nós vamos pedir para as entidades de todo o estado para que solicitem a retirada deste projeto da pauta do governo. Não podemos mais ter essa insegurança jurídica e ter uma caixinha de surpresas logo ali na frente” falou Jonas Alves, presidente da FACMAT que pediu mais tempo para discussão da lei.
“Não temos mais lágrimas para chorar. O empresariado sempre foi a galinha dos ovos de ouro, o pagador de tributos. Hoje essa galinha está depenada e não está produzindo nem ovos de ouro, prata e lata. O que o governo está fazendo é um suicídio para as empresas, porque elas não ficarão nem para contar história”, desabafou o presidente da FCDL Paulo Gasparoto.
O futuro secretário de fazenda do governo de Mato Grosso, que atualmente é secretário de planejamento, Gustavo de Oliveira, está tomando posse da pasta devido a saída de Seneri Paludo. Gustavo disse que é preciso entender os pontos controversos para avançar nas discussões. “Devemos no ano que vem criar 4 câmaras temáticas para discutir os problemas de competitividade de Mato Grosso. As câmaras serão da indústria, comércio, agropecuária e micro e pequena empresa”, disse Gustavo que busca encontrar desafios arrojados para o estado avançar.
O presidente da FECOMÉRCIO/MT Hermes Martins, que promoveu o encontro juntamente com as demais entidades do comércio, parlamentares e empresários disse que a classe vai continuar lutando para ser ouvida e ter mais tempo para discutir esse assunto tão importante para Mato Grosso.
“Agradecemos a presença de todos e vamos dar continuidade no processo de adiamento da reforma tributária. Contamos com o bom senso dos deputados e apoio de todos envolvidos”, finalizou Hermes Martins.
Para conferir as notícias de hoje no portal Mato Grosso Econômico clique aqui