“Mato Grosso é um estado que tem desafios particulares, porém, está melhor posicionado do que o Brasil, por ter no agronegócio uma parcela maior da economia. E o agro, por sua vez, está sendo impulsionado por um processo de expansão de renda, em lugares muito pobres, onde a quantidade de alimentos que são consumidos tendem a aumentar”, disparou o economista, Ricardo Amorim, durante a palestra magna “Perspectivas na Economia Brasileira e impactos no setor”, nesta terça-feira (04/06), no Encontro Centro-Oeste dos Supermercadistas, Atacadistas, Distribuidores, Industria e Food Service – Expo Ecos, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
Ricardo Amorim afirmou ainda, que outro fator importante, que vem favorecendo o agronegócio é a guerra comercial entre os Estados Unidos (EUA) e a China. O que cria uma possibilidade de mercado maior para o Brasil e para Mato Grosso, estado recorde na produção de grãos.
Para o economista, além da exportação de proteína vegetal, como a soja, é possível um crescimento de mercado para a exportação de proteína animal, tendo em vista o advento da febre suína nos Estados Unidos. “O Brasil ganha aí mais espaço para exportação de proteína animal. Eu vejo isso como uma oportunidade de crescimento econômico”, destacou.
Outra chance, que para Mato Grosso é favorável, por ser um grande produtor de milho, está na mais “nova” briga entre os EUA e o México. O México é hoje um grande importador de grande parte do milho produzido nos Estados Unidos. “E dependendo de como essa brigar for pode abrir um outro mercadão para o Brasil”, apontou Amorim.
Durante a palestra, Ricardo Amorim, abordou tendências e oportunidades para o Brasil. O que segundo ele, a inovação tecnológica vai trazer grandes impactos para o cenário econômico brasileiro e para a vida das pessoas. “Esses impactos serão no agronegócio, indústria, serviço e varejo. E ainda “sofreremos” os reflexos dos desafios do governo do presidente, Jair Bolsonaro”, disse.
Segundo o palestrante os brasileiros, tanto consumidores como empresariado, têm demonstrado uma leve confiança na economia e no novo governo. Entretanto, ainda é prematuro medir a evolução, em função dos novos desafios que o governo deve enfrentar. “Mas o que não podemos negar é que as expectativas dos brasileiros por novas oportunidades de negócios estão grande”, afirmou.
A expectativa dos brasileiros, por dias melhores, economicamente falando, vem gerando otimismo na classe empresarial, é o que mostrou um dos slides da apresentação do economista. Em novembro de 2018, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi o mais alto desde 2010, ano em que o PIB cresceu 7,5%.
Ricardo Amorim fez um diagnóstico dos erros cometidos no governo Dilma e levantou um “termômetro” dos escândalos de corrupção, que culminaram com o impeachment da presidenta e maior crise econômica da história do Brasil.
No governo Temer, alguns desiquilíbrios inflacionários e de contas externas foram corrigidos com a aprovação da Reforma Trabalhista, mas novos escândalos de corrupção impediram a aprovação da Reforma da Previdência, o que seria uma válvula de escape para reequilibrar as contas públicas. “Se as Reformas da Previdência e Tributária forem aprovadas, como se espera, acende-se uma luz que apontam para um crescimento da economia brasileira, ainda em 2019”, defendeu Ricardo Amorim.
Conforme o estudioso em economia, ainda atrapalharam a economia às delações de Marcelo Odebrecht e Joesley Batista, R$51 milhões encontrados no bunker do Geddel, greve dos caminhoneiros, incerteza causada pelas eleições, alta de juros nos EUA e guerra comercial americana.
O palestrante também ilustrou os altos e baixos da inflação, crise externa, alta do dólar, os preços elevados de produtos importados e a taxa Selic. Falou sobre a expectativa de juros básicos baixos e estáveis, confiança e possibilidades dos bancos no aumento da oferta de crédito, que levem ao impulsionamento do consumo e investimentos.
Além do crédito e consumo, Ricardo Amorim, destacou um possível crescimento do número de pessoas empregadas, particularmente dos trabalhadores com carteira assinada. “Aumento a confiança do empresariado, é provável que a geração de empregos se acelere e com ela a massa de renda e a capacidade de consumo da população. Por outro lado, a taxa de desemprego ainda está muito alta, o que deve limitar as altas de salário e inflação”.
O palestrante – Ricardo Amorim, autor do bestseller Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection da Globonews, considerado o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o brasileiro mais influente no Linkedln, único brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner, ganhador do prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, presidente da Ricam Consultoria e cofundador da Smartrips.co e da AAA Plataforma de Inovação.
Expo Ecos MT – Maior evento do Centro Oeste da cadeia produtiva de abastecimento da Industria, Atacado, Varejo e Food Service. O evento acontece de 4 a 6 de junho, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. Dividem o espaço 60 estandes. Durante os três dias devem passar pela feira mais de 10 mil pessoas, entre executivos de redes de lojas, proprietários de mini-mercados, mercearias, lojas de conveniências, panificadoras, restaurantes, prestadores de serviços, empresários, autoridades e visitantes em geral.
(Especial MT Econômico)