É fácil perceber que a compra de automóveis é muito mais que adquirir um meio de transporte. O carro atende outras demandas pessoais e representa um símbolo subjetivo de status, modo de vida burguês e de progresso, além de ser um ativo financeiro de liquidez imediata, pode, sem dúvida, se tornar um investimento interessante e lucrativo.
Desta maneira, adquirir um automóvel requer, não só cuidados com sua procedência e mecânica, como também, ter perspectiva de mercado que se aproxime ao máximo de uma visão objetiva, o que não é nada fácil. Escapar da emoção não é para qualquer um. Por essa e outras, defendemos que a compra e venda de automóveis dever ser intermediada por profissionais que são sérios e gabaritados. Existem diversos à sua disposição no mercado.
Muitas pessoas ignoram algumas dessas questões ao comprarem seus carros, mas um dos pontos que mais são indagados é, qual o melhor investimento, na aquisição de um automóvel? Devemos optar pelo zero km ou um seminovo?
Essa pergunta não é mesmo muito simples de se responder, porque devemos levar em conta uma gama de questões situacionais e contingenciais. Vamos listar algumas delas, as mais relevantes, no nosso entendimento.
Quando se propõe comprar um veículo, necessariamente o objetivo da utilização, se é para trabalho específico e ou uso pessoal, deve estar bem definido, e óbvio, ter a condição e capacidade econômica, não apenas de comprá-lo, mas de se fazer a manutenção, utilização, o seguro, custear taxas e os impostos que o acompanham.
Sabemos que existem carros ótimos, mas com custos que, dependendo da capacidade de quem o está adquirindo, não são recomendáveis, ou seja, se não cabe no orçamento pessoal, então devemos recuar, cuidado. Daí, um sonho pode se transformar em pesadelo. Uma lanterna traseira, para alguns tipos de carros, pode custar mais de R$ 5.000,00.
Lembre-se o usado, se seminovo, pode ter garantia de fábrica estendida em alguns casos de até 5 anos, o que coloca o veículo usado dentro de uma condição muito positiva, apesar do natural risco inerente a acidentes e pôr consequência, a despesas com peças para o conserto.
Surge a dúvida, qual melhor negócio então? O Carro usado ou o novo? Partindo do princípio de que já esteja definida as questões supracitadas, entram em jogo as questões subjetivas de fato. E quando se fala de subjetivismo humano, campo complexo para tomada de decisão, sabemos que aquilo que um comprador tem como princípio e valor para realização de um sonho, outra pessoa pode não ter. Descobrimos assim que não há um modelo pré-estabelecido para a melhor compra pelo lado emocional. Vai variar conforme a pessoa. O que vigora de fato, é o equilíbrio de seu desejo amparado pela necessidade de uso. O carro pode atender às necessidades objetivas como, segurança, durabilidade, praticidade, utilidade, conforto e comodidade, entre outras, mas o que incide na decisão de compra, geralmente são temas emocionais, que devem ser controlados, para que não façamos um mau negócio. A razão deve estar no lugar do coração.
Qual devo comprar, um usado ou um novo?
Lembre-se, analisado tudo isso, a decisão a ser tomada, principalmente no caso do carro zero km, inclui um detalhe importante e bem simples que faz toda diferença, determinar o tempo de uso após a sua aquisição. Esta questão é fundamental. O carro zero tem uma vantagem, caso sua utilização for superior a dois anos. Ao ser faturado no revendedor, sofre depreciação imediata em relação ao valor de aquisição, que dependendo do tipo de carro, pode chegar até a 40%. Já nos casos mais comuns nos modelos populares, a depreciação é bem menor, entre 15 e 20%. Essa depreciação vai ficar estagnada por dois anos no mínimo, ou seja, se manterá praticamente inalterada, até o fim do segundo ano.
Observe que ao comprarmos um carro zero e se for preciso vende-lo antes de dois anos, a depreciação é grande, ou seja, não é financeiramente interessante vender antes desse prazo. Significa então, que carro zero km só é bom negócio para aquelas pessoas que vão usá-lo, no mínimo 2 anos, caso contrário é melhor comprar o seminovo que já foi depreciado.
Agora, para a maioria dos casos, a capacidade de compra vai influenciar definitivamente. O seminovo se torna uma grande oportunidade observando seus custos de aquisição, e se bem escolhido tem a vantagem de oportunizar aquele produto que você realmente deseja, em vez daquele zero que você pode comprar, mas não quer exatamente. Existem seminovos que são muito conservados, com dois anos de uso e oferecem condições inigualáveis em preço, modelo, motorização e já depreciados em até 40%.
Não podemos retirar da discussão a questão emocional, se você ama viver seus sonhos, dinheiro não é seu maior problema, compre aquilo que lhe faça bem. Entretanto, saiba que sonhar nem sempre te leva por estradas calmas. Curta a vida antes de tudo, o carro é sim um produto fantástico, seja usado ou novo, compre com satisfação e prazer, porém sempre com um profissional da área para orientar sobre as melhores opções.
Colunista MT Econômico: Ricardo J. J. Laub Jr.
Historiador e Empreendedor graduado no Curso de Licenciatura Plena em História na UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso e em EMPREENDEDORISMO (2005) pelas Faculdades ICE. Com Mestrado em História Contemporânea pela UFMT/PPGHIS. MBA – Master in Business Administration em Gestão de Pessoas, MBA – Master in Business Administration em Gestão Empresarial e MBA – Master in Business Administration em Gestão de Marketing e Negócios. Professor na faculdade, Estácio de Sá – MT, Invest – Instituto de educação superior. Presidente da AGENCIAUTO/MT- Associação do Revendedores de Veículos do Estado de Mato Grosso, com larga experiência profissional na elaboração de planos de negócio voltados para o ramo automobilístico, gerenciamento comercial, administrativo, controle de estoque, avaliação de veículos, processos operacionais e estratégicos para empresas do setor automotivo e gestão de pessoas no âmbito organizacional.