Ao ligamos a televisão e ou olhamos as notícias sobre o momento econômico que vivemos hoje, nos passa um filme de tenebroso sobre o presente e o futuro. A crise do petróleo originada da guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia e a alastramento do “Coronavírus” no mundo e o surgimento dos primeiros caso no Brasil, com certeza vão causar dano tanto para a economia externa como interna.
Já é clara a preocupação com o PIB mundial, o comércio externo e seus reflexos no Brasil. O que pode interferir diretamente nas taxas de juros e no desenvolvimento da economia brasileira.
Apesar de todo esse cenário preocupante e de certa forma negativo, nessa primeira semana de março, os meios de comunicação, noticiaram o crescimento da indústria automobilística, de janeiro até início de março, de 4% no ano de 2020.
Vale deixar em nota, que apesar de em fevereiro ter ocorrido queda da produção de veículos no patamar de 20,8%, segundo fontes da Anfavea, resultado se comparado ao mesmo período de 2019, não é um sinal de desaquecimento provocado pelo “o“ Coronavírus”, porém, a epidemia pode afetar a produção nos próximos meses, e que está atenta e monitora os riscos”. Cenário que deve ser apontado de fato somente no fim de março e durante o mês de abril.
O motivo, segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, é o risco de parada da produção brasileira ocasionada pela falta de peças, provenientes das importações da China, principal fornecedor das montadoras no Brasil. Ainda deve-se levar em consideração as questões de logística, já se observa, os portos na China não estão operando normalmente, mesmo com a diminuição do contágio do vírus no pais asiático, deve-se ter problemas de transporte, o que é preocupação das indústrias da cadeia produtiva que move o setor automobilístico, que sem dúvida está entre os mais importantes do nosso pais e devem ser diretamente afetados.
De qualquer forma, quando se trata do presente e de análise dos resultados do mês de fevereiro, o mercado de veículos automotores no Brasil e Mato Grosso, apesar da queda especifica deste mês, para melhor entendimento, não se relaciona diretamente com todos esses problemas que afetam, de modo geral, o mundo neste momento. A crise do Coronavírus e do Petróleo, que assola a Ásia e a Europa, ainda no que diz respeito ao setor de distribuição e vendas de automóveis novos e usados no Brasil não é a causa dos principal dos resultados negativos que foram registrados, tanto no pais como no Estado de Mato Grosso.
Sabemos que todo início de ano, ao observá-lo comparando-se com os anos anteriores, utilizamos certa precaução ao analisar, muito porque, sabemos fevereiro tem características “sui generis” que evidenciam uma norma de comportamento de mercado recorrente em suas condições de faturamento.
É evidentemente um mês que se tem menor número de dias úteis que os outros meses do ano, óbvio, esse fator é preponderante para uma diminuição não só da produção como também da venda do carro no comércio.
Não se pode esquecer que há muita gente ainda aproveitando as férias e por esse motivo mais preocupado com o sol do que com o a aquisição de automóveis. E para fechar uma análise simples, quando se trata de veículos usados em Mato Grosso, problemas gerados pela implantação da placa Mercosul, que foram iniciados a partir de fevereiro pelo DETRAN/MT, muito significativos na diminuição de transferências, assim registrando uma queda de emplacamentos. Porém, devemos lembrar, como citado, houve, de janeiro até início de março de 2020, 4% de crescimento do setor.
Esses percentuais demonstram que o mercado de automóveis vai bem, apesar de todo cenário que se desenrola no mundo e aqui no Brasil. Temos também de pôr a vista, um panorama em andamento, o da desconfiança, disfarçada, dos empresários brasileiros com relação às políticas econômicas do governo federal, que é fácil ver, navega em rios intranquilos sob a triste notícia do resultado de crescimento do PIB em 2019, pífios 1,1%., divulgados no dia 04 deste mês, pelo IBGE, totalizando R$ 7,257 trilhões, infelizmente o pior resultado em 3 anos.
A mais plausível explicação, segundo alguns economistas bem intencionados em esclarecer o inexplicável, resultado esse ocasionado pela perda “de consumo das famílias e dos investimentos privados”. O motivo desta perda não foi esclarecido, mas levou a equipe econômica representada pelo então ministro da economia Paulo Guedes e o presidente da república a fazer uma visita, daquelas não muito acolhedoras, e por fim com o objetivo evidente de dar posicionamento sobre o futuro da economia brasileira em 2020.
E março? Como será? Meu pai, quando disse a ele que iria optar pela profissão de economista, me disse de forma bem categórica, “filho, essa profissão é a dos gênios, no fim, são os economistas responsáveis, não pelas análises das situação econômica dos governos, acabam responsáveis por vencer as incontingências e as instabilidades não só da natureza de mercado em si, mas das péssimas decisões dos políticos. Faz assim, vai ser médico é mais fácil”.
Acabei sendo historiador, feliz em poder tentar compreender pelo menos o presente ao olhar para o passado. Mesmo assim, pelo que vem aí, uma coisa é certa, serão meses de provação.
Março, devemos passar bem, e será já um sinal. Abril sim é o mês da verdade. Já vimos crises aos montes, não vale nem a pena listá-las, o que vi foi que o brasileiro sempre sai delas muito bem. Então, como bons brasileiros, avante, não mudam muita coisa, precaução é a palavra-chave.
Coluna Especial MT Econômico – Setor Automotivo
Colunista MT Econômico: Ricardo J. J. Laub Jr.
Historiador e Empreendedor graduado no Curso de Licenciatura Plena em História na UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso e em EMPREENDEDORISMO (2005) pelas Faculdades ICE. Com Mestrado em História Contemporânea pela UFMT/PPGHIS. MBA – Master in Business Administration em Gestão de Pessoas, MBA – Master in Business Administration em Gestão Empresarial e MBA – Master in Business Administration em Gestão de Marketing e Negócios. Professor na faculdade, Estácio de Sá – MT, Invest – Instituto de educação superior. Presidente da AGENCIAUTO/MT- Associação do Revendedores de Veículos do Estado de Mato Grosso, com larga experiência profissional na elaboração de planos de negócio voltados para o ramo automobilístico, gerenciamento comercial, administrativo, controle de estoque, avaliação de veículos, processos operacionais e estratégicos para empresas do setor automotivo e gestão de pessoas no âmbito organizacional.